Colômbia cobra fim da exploração de petróleo na Amazônia
País afirmou que deseja fazer plano conjunto com Brasil para manter integridade ecológica
Camila Stucaluc
A ministra do Meio Ambiente da Colômbia, Susana Muhamad, disse que o governo deve propor um plano conjunto com o Brasil para acabar com a extração de petróleo na Amazônia. A declaração foi dada no domingo (6.ago), durante plenária dos Diálogos Amazônicos - que antecede a Cúpula da Amazônia no Pará.
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"É um pouco paradoxal seguir pensando sobre petróleo frente a crise que temos. Esses mega projetos geram abertura de caminhos, fragmentação ecológica, perda de biodiversidade e, sobretudo, conflito com as comunidades. A reflexão que queremos colocar é como podemos cooperar e trabalhar conjuntamente para conseguirmos um plano de não abrir mais blocos de petróleo na Amazônia e manter a integridade ecológica", disse Susana.
A fala da ministra colombiana acontece em meio a um confronto ambiental no governo brasileiro. Isso porque a Petrobras continua pressionando o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para permitir uma nova abertura de exploração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas.
A estatal já teve o pedido de licença negado duas vezes pelo Ibama, que argumenta que o local, que se estende do Amapá até o Rio Grande do Norte, é considerado uma região de extrema sensibilidade socioambiental por abrigar Unidades de Conservação (UCs), Terras Indígenas (TIs) e mangues. A área também é conhecida por possuir uma grande biodiversidade marinha, com espécies ameaçadas de extinção.
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Durante a plenária, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também comentou sobre o tema, dizendo que o Ibama voltará a avaliar o pedido da Petrobras para confirmar se há petróleo na região. "O Ibama não dificulta e nem facilita [as licenças ambientais]. O Ibama tem um parecer técnico que deve ser observado. Nós já demos mais de duas mil licenças para Petrobras ao longo dos tempos", disse.