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Jovens: telas digitais podem gerar ansiedade e inquietação

As férias liberam mais tempo para usar o celular ou computador: é preciso impor limites, dizem especialistas

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Descanso digital
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Um dos maiores desafios para os pais durante as férias é conseguir manter os filhos longe das telas de celulares, computadores ou tablets. Quem tem criança ou adolescente em casa sabe muito bem disso. A perda do interesse por atividades fora do mundo virtual é um perigo. De acordo com especialistas, 90% das pesquisas feitas nos últimos 15 anos apontam para o mesmo efeito: as telas prejudicam cada vez mais os jovens, gerando ansiedade e inquietação. Eles dizem que devemos ter cuidado para não exceder na crítica à internet e nem reduzir sua importância, pois a ideia é chamar atenção de pais para monitorar os filhos e incentivar outras atividades e brincadeiras, especialmente neste período. 

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O pesquisador e neuroeducador Fernando Henrique Lino, especialista da universidade americana Johns Hopkins, explica que "assim como um xarope, os celulares e telas são frequentemente utilizados com essa premissa de distrair as crianças. No entanto, essa estratégia pode ter efeitos negativos a longo prazo". Segundo ele, quando os mais novos são acalmados com o celular, eles estão construindo uma associação de comportamentos ansiosos e busca por gratificação imediata.  Esse fenômeno, conforme ressalta o especialista, pode levar a consequências indesejadas, como crianças mais desobedientes, irritadas e com dificuldades em se concentrar. Ao se habituarem ao rápido acesso a estímulos e recompensas instantâneas, proporcionados pelos dispositivos eletrônicos, as crianças podem desenvolver uma dependência e uma falta de habilidades para lidar com o tédio, a frustração e a espera. 

Em rede

Uma pesquisa do Comitê Gestor da Internet, divulgada em maio deste ano, revelou que 86% das crianças e adolescentes brasileiros (9 e 17 anos) têm perfil nas redes sociais. Desse público, a grande maioria -- 87% -- usa a tecnologia para ouvir música. Outros 82%, para assistir vídeos, filmes e séries. O número de jovens que utilizam a internet para interagir com outras pessoas, por meio de mensagens instantâneas, é 79%. E por fim, 58% ficam concentrados para jogar on-line. 

Mirna, mãe de dois meninos (11 e 15), conta que durante todo o ano já faz um controle das horas em que eles ficam na internet. "Eles usam a tecnologia para praticidade e não só para diversão". Ela conta que os filhos estudam em tempo integral, mas durante as férias, ela estipulou horários para uso de celulares e IPads. "De manhã é proibido tela. Só televisão e atividades em casa, na cozinha. Como eu sou chef de cozinha, aproveito para ter um tempo juntos. Eles me pedem receitas do Tik Tok e eu os ensino. Fica sendo uma atividade juntos. Eles vão fazendo o que querem comer, lavam louça". O mais velho precisa e gosta de praticar esportes. "Por ser mais velho, ele já pode sair para rua. Ele anda de bicicleta e passeia em parques."É preciso criar coisas, atividades, que chamam atenção deles. Só assim para tirar eles das telas". 

Alternativa criativa

Outro ponto da pesquisa apontou que na sala de aula as crianças, quando têm nível alto de compulsão tecnológica, já ficam ansiosas pensando o que vão fazer depois da aula no celular, no computador. "E quando vão para as férias, elas já têm esse nível de compulsão alta. Então, vão ter mais tempo livre para dar vazão a essa vontade, a essa compulsão. É nessa hora que é preciso ter pulso firme, e, ao mesmo tempo, criar outras atividades, longe das telas, para ajudar as crianças a saírem dessa compulsão e se divertirem. E assim criar novos hábitos com o uso saudável da internet. 

Para ajudar as famílias a aproveitarem ao máximo esse período de férias sem deixar que os aparelhos digitais sejam uma distração constante, o pesquisador Henrique Lino indica algumas ações importantes: 

  • Promova o exemplo: Pais e responsáveis devem dar o exemplo, mostrando um uso saudável e equilibrado dos dispositivos eletrônicos. 
  • Crie espaços livres de celulares: Defina áreas ou momentos específicos em casa onde o uso de celulares não é permitido. Por exemplo, estabeleça uma hora do dia para uma refeição em família, sem aparelhos eletrônicos, ou um espaço de leitura sem distrações digitais. Defina horários específicos para o uso do celular.
  • Planeje atividades alternativas: Incentive seus filhos a se envolverem em atividades criativas, esportivas ou ao ar livre, como artesanato, esportes, passeios em parques, trilhas ecológicas, entre outros. Ter opções interessantes e divertidas disponíveis reduzirá a dependência do celular. 
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