Erosão: famosas falésias do Rio Grande do Norte têm risco de queda
Ministério Público pede ampliação de área isolada do Morro do Careca
Thayse Baracho
A erosão ameaça a segurança em um dos pontos turísticos mais conhecidos do país -- o Morro do Careca, em Natal (RN). O Ministério Público pediu ao Instituto Estadual de Desenvolvimento Sustentável e do Meio-Ambiente (IDEMA) a ampliação da área isolada no famoso cartão postal da Praia de Ponta Negra.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Na base do morro, falésias com até 3 metros de altura foram formadas por um intenso processo de erosão. Um fenômeno que chama atenção e acende um alerta. A erosão no Morro do Careca, principal cartão postal de Natal, foi apontada em um relatório técnico, elaborado após uma vistoria realizada por representantes da prefeitura de Natal e da Marinha, no início deste ano. Segundo o documento, as falésias podem trazer riscos para banhistas e turistas.
"Com a erosão a base da falésia vai sendo retirada, então vai ficando como uma concha. E as pessoas, com aquele sol belíssimo de Ponta Negra, vão ficar ali se acomodando embaixo e pode ela se desintegrar, ela desestabilizar e cair sob as pessoas. É mais uma questão de segurança", explica o biólogo e ambientalista, Paulo Gerson.
O documento aponta ainda que as proximidades do Morro do Careca, que deveriam estar isoladas, estão sendo usadas, especialmente, para atividades recreativas que agravam e aceleram o processo de perda de sedimentos.
Para especialistas, o fenômeno é natural e uma solução que poderia barrar o avanço rápido da erosão no Morro do Careca é a engorda da praia de Ponta Negra, um projeto que já foi anunciado pelo município e que aguarda a licença ambiental do IDEMA para iniciar a obra.
"Essa obra de engorda, o colocar a areia ali naquela parte, faz com que as ondas não atinjam mais a base do morro. Esse é um período muito erosivo do ano. Então é um período que vai haver bastante desgaste e o projeto de engorda vai sanar, em partes, essa erosão do Morro do Careca", conta o membro do departamento de geografia da UFRN, Rodrigo de Freitas.
Leia também: