Grupo neonazista é alvo de operação da Polícia Federal
Autor de ataque a escola em 2022 fazia parte da célula, que se organizou em aplicativo de mensagem
Israel de Carvalho
Integrantes de grupo neonazista são alvo de mandados de busca e apreensão, executados pela Polícia Federal, nesta 6ª feira (2.jun), por meio da operação batizada de Bedel. A corporação informa que o grupo se constituiu em aplicativo de mensagem.
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As medidas, segundo a Polícia, foram cumpridas na cidade de São Paulo (SP) e Petrolina (PE). Se somadas, as penas máximas dos crimes investigados atingem 72 anos de reclusão
"Lembrando que tanto o crime de terrorismo quanto o de homicídio qualificado são considerados hediondos pela legislação", informa a PF em nota.
Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Linhares (ES).
Investigação
De acordo com a PF, a investigação teve início depois de um adolescente matar, com arma de fogo, quatro pessoas e ferir outras 13 em duas escolas no município de Aracruz (ES), em novembro de 2022.
Com a apreensão do autor, a investigação, da Polícia Civil do estado em parceria com a PVeja abaixo alguns dos conteúdos compartilhados pelo grupo:F, verificou que o infrator participava de grupo de chat e canal de aplicativo de mensagem cujos integrantes compartilhavam material de "Extremismo Violento Ideologicamente Motivado (EVIM)".
- Divulgação de tutoriais de assassinato
- Vídeos de mortes violentas
- Vídeos de fabricação de artefatos explosivos
- Vídeos de promoção de ódio a minorias e ideais neonazistas
De acordo com a PF, tais conteúdos podem ter induzido o menor a cometer os assassinatos em massa, visto que muitos arquivos dessa estirpe estavam baixados no celular do garoto.
Além disso, o rapaz usava na roupa o símbolo-mor nazista, a suástica, no momento do ataque, o que, de acordo com a investigação, demonstra a "influência de ideologia neonazista recebida pelo grupo de aplicativo, reforçando a tese de que o atentado foi cometido por razões de intolerância a raça, cor e religião com o fim de provocar terror social, o que configura o crime de terrorismo".
A polícia ainda relata que a empresa do aplicativo de mensagens não cooperou de forma adequada para repassar as informações necessárias à corporação.
Contudo, a PF identificou dois integrantes que interagiam ativamente com postagens com teor racista e antissionista, os quais são investigados pela prática de corrupção de menor de 18 anos ao induzi-lo a cometer a infração penal prevista na Lei de Terrorismo e de homicídio qualificado, mediante o compartilhamento de material antissemita, racista e de extremismo violento.
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