'Operação Penalidade Máxima': jogador Nikolas Farias é suspenso por 2 anos
Atleta, que está sem clube, é um dos suspeitos de envolvimento no esquema de manipulação de jogos de futebol
Luciane Kohlmann
O Tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Sul (TJD-RS) suspendeu, por 720 dias, o jogador Nikolas Farias, que atualmente está sem clube, e determinou o pagamento de R$ 80 mil em multa.
A medida foi uma das primeiras punições desportivas aplicadas em decorrência da 'Operação Penalidade Máxima', que investiga um esquema de manipulação de jogos para beneficiar um grupo de apostadores.
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A decisão da 4ª Comissão Disciplinar do TJD-RS teve como base a conduta do jogador em uma partida do Campeonato Gaúcho deste ano. "Esse tipo de atleta não é o tipo de pessoa que nós queremos no nosso desporto. Principalmente, maculando. Seja campeonato gauchão, seja A2, seja Série B, seja Sub-20, seja Sub-17, isso tem que parar, e nós temos que dar esse recado", argumenta o procurador do TJD-RS, Renan Eduardo Costa.
O lateral-esquerdo foi condenado por provocar um pênalti de propósito, contra o Esportivo de Bento Gonçalves, em troca de dinheiro.
"Futebol é uma das únicas paixões nacionais e está sucumbindo para as apostas. E temos grupo criminoso, atletas e atletas, a mando desses grupos, cooptando colegas", afirma o vice-presidente da comissão Vinícius Ilha da Silva.
Nikolas Farias estava no Novo Hamburgo quando se envolveu no esquema. Como prova, foram usadas conversas do jogador com Bruno Lopes, apontado pelos investigadores como o chefe da quadrilha que aliciava atletas para manipular situações de jogo e beneficiar apostadores.
Já o atacante Jarro Pedroso, que atuava pelo São Luiz, recebeu R$ 30 mil de adiantamento para cometer pênalti, segundo a denúncia, no jogo contra o Caxias, em 12 de fevereiro, também pelo gauchão.
O processo de Jarro Pedroso acabou retirado da pauta a pedido da defesa. Isso porque o telefone do atleta, que estava com o Ministério Público de Goiás, só foi entregue ao jogador nesta 2ª feira. Os advogados solicitaram mais tempo para analisar o aparelho. O caso deve ser julgado em sessão extraordinária, na próxima semana.
Os dois atletas não devem ser processados, criminalmente, porque fizeram um acordo com o Ministério Público, confessando a prática fraudulenta.
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