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Jornalismo

24 pessoas morreram vítimas de balas perdidas no Rio em 2023

Número corresponde à região metropolitana. Violência policial também aumentou no período

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Bala perdida
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O assistente administrativo Lucas Estrela viralizou nas redes sociais com um relato bem-humorado de quando foi atingido por uma bala perdida na Vila Cosmos, zona norte do Rio de Janeiro (RJ). O tiro pegou de raspão.  

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A situação, porém, foi fatal para 24 pessoas, número de mortos por balas perdidas na região metropolitana somente este ano, segundo a plataforma Fogo Cruzado. No total, foram 72 casos do tipo. A maioria, 39, ocorreu durante operações policiais. O dado representa um aumento de 75,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. 

Na última 4ª feira (10.mai), Alan Lazarini foi baleado quando deixava a academia, em Senador Câmara, na zona oeste, e está internado em estado grave. No dia seguinte. Ronald da Silva Santos foi atingido nas costas, em Niterói, e segue sem previsão de alta. A família de Ronald acusa a polícia dos tiros e um vídeo mostra quando crianças escutam três disparos e tentam se proteger 

Outro levantamento aponta o aumento da violência policial. Segundo o estudo da Universidade Federal Fluminense (UFF), agentes de segurança foram responsáveis por 35% das mortes na região metropolitana do Rio nos últimos três anos. A situação violenta levou os pesquisadores a destacar um novo termo de análise em segurança pública: as mega chacinas. 

A nomenclatura se refere aos casos com oito mortes ou mais. Desde 2020, nove mega chacinas foram registradas no Rio de Janeiro, incluindo a mais letal da história do estado: na favela do Jacarezinho, em 2021, que resultou no impressionante número de 28 mortos, sendo um policial civil. 

O Ministério Público arquivou a investigação de 24 dos óbitos e somente dois policiais se tornaram réus. O especialista em Segurança Pública da UFF, Daniel Hirata, alerta que apenas duas mega chacinas foram denunciadas. 

"Indica para aqueles que fazem, na maior parte das vezes, um adequado uso da força de que nada vale agir nos limites da lei. E para aqueles que abusam do poder de uso da força oficial de que não há consequências para a brutalidade", afirma Hirata. 

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