Exposição sobre a vida e a carreira de Tina Turner chega ao MIS em SP
É a primeira vez que um acervo reunindo fotos e vídeos inéditos da estrela do rock é aberta o Brasil
Gudryan Neufert
São cento e vinte imagens feitas por três fotógrafos norte-americanos e um inglês, que acompanharam a trajetória da eterna rainha do rock.
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A primeira exposição de Tina Turner no Brasil chegou nesta quinta-feira (04.mai) ao Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo. A exposição conta com fotos inéditas da estrela do rock e espaços interativos.A mostra foi dividida em quatro partes: a música, o poder feminino, a moda e o cinema. Julia Araña, uma das idealizadoras, nasceu no ano em que Tina Turner estourou nas telas do mundo todo com o filme 'Mad Max - Além da Cúpula do Trovão', ao lado de Mel Gibson. "Eu sou de uma geração que a Tina já tinha feito sucesso, então eu não peguei a Tina explodindo. Então eu queria contar esse olhar também de uma pessoa que não viveu a Tinas mas tá descobrindo a Tina", conta ela.
No Brasil, Tina Turner levou cento e oitenta e oito mil fãs ao maracanã, em 1988. Foi o show de um artista solo com maior público naquele período. Está até no Guinness, o livro dos recordes, e é destaque na exposição.
Também está lá a homenagem da cantora a Ayrton Senna, pelo grande prêmio de Fórmula-1 da Austrália. Fatos que relacionam o Brasil a uma mulher altiva que teve quatro filhos e superou um casamento abusivo. De Ike Turner, Tina só manteve o sobrenome. Foi ao lado dele que ela surgiu nos palcos, nos anos mil novecentos e sessenta. Depois de um divórcio turbulento, ela construiu uma carreira solo de sucesso. Ela vendeu nada menos do que 200 milhões de discos e ganhou 12 Grammys, o Oscar da música. E isso "nos anos 80, uma mulher, negra, que tinha apanhado do marido de 40 anos, que na época já era uma senhora", salienta André Sturm, diretor do MIS.
Personagens
A estética foi muito importante para a vida e a arte de Tina Turner. Nos palcos, ela chamava a atenção pela forma física. As belas e torneadas pernas a transformaram num símbolo sexual. As perucas - que ela confeccionava com fios naturais - foram um grito colorido de liberdade. "Ela falou assim 'ai eu preciso de alguma forma mudar o meu visual, sair daquilo que não tava mais me agradando, me pertencendo e eu preciso virar uma nova Tina', comenta Cat Tenorio, fotógrafa e curadora da exposição.
Os visitantes podem provar as perucas e se sentir na pele de Tina Turner por um dia. O publicitário Rafael Gushiken experimentou e se acabou: "A rainha plena né? Nossa, me realizando aqui com essa peruca clássica", comenta ele.
A cantora Luna Di não precisou do ilustre acessório. O corte de cabelo dela é inspirado na própria Tina. "Eu gosto de estar no palco e mexer no cabelo, ficar arrumadinho pra mim não dá muito certo", revela a cantora. Na vibe livre e empoderada. Como Tina Turner.