Cappelli diz que Lula jamais alegou que fez algo porque estava "doidão"
Sem citar nomes, ministro interino do GSI afirmou que presidente foi preso e manteve "Força e Honra"
Rafaela Vivas
O ministro chefe interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli, afirmou neste sábado (29.abr), por meio das redes sociais, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrentou os processos da Operação Lava Jato, e ficou 580 dias preso, "sempre de espinha ereta e cabeça erguida".
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Cappelli escreveu que Lula "jamais alegou que fez algo porque estava "doidão" ou que esqueceu suas senhas em função de um "surto psiquiátrico".
A postagem no Twitter não cita nomes, mas ocorre um dia depois que a defesa do ex-ministro da Justiça na gestão de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, alegou que o cliente entregou as senhas erradas do celular à Polícia Federal (PF) em virtude de "confusão mental, lapsos de memória e comprometimento cognitivo", atribuídos a gravidade do quadro psíquico e uso de medicamentos.
Torres está preso desde o dia 14 de janeiro, por suposta omissão nos atos golpistas do dia 8/1, em Brasília. Desde então, os advogados tentam, sem sucesso, a soltura dele no Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta 6ª (28.abr) Anderson Torres teve o quarto pedido de liberdade negado pelo ministro Luís Roberto Barroso, do STF.
Veja a publicação de Ricardo Cappelli:
O presidente @LulaOficial enfrentou um processo de exceção e 580 dias de uma reclusão infame sempre de espinha ereta e cabeça erguida. Jamais alegou que fez algo porque estava "doidão" ou que esqueceu suas senhas em função de um "surto psiquiátrico". Isso sim é Força e Honra.
? Ricardo Cappelli (@RicardoCappelli) April 29, 2023
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Morfina
Na última 4ª feira (26.abr) após prestar depoimento na sede da Polícia Federal, em Brasília, sobre seu suposto envolvimento nos atos criminosos do dia 8 de janeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não deu entrevistas, mas a defesa dele usou estratégia parecida com a de Torres.
O advogado Paulo Cunha Bueno afirmou que Bolsonaro estava sob efeito de remédios quando fez postagem nas redes sociais questionando a lisura das urnas eletrônicas no dia 10 de janeiro e, somente duas horas depois, apagou a postagem.
"Este vídeo ele foi postado na página do presidente no Facebook quando ele tentava transmiti-lo pro seu arquivo de WhatsApp pra assistir posteriormente. Por acaso, justamente nesse período, o presidente estava internado num hospital em Orlando, justamente no período entre o dia 8 e dia 10, ele teve uma crise de obstrução intestinal, se está documentado, foi submetido ao tratamento com morfinas, ficou hospitalizado e só foi, só recebeu alta na tarde do dia 10. Essa postagem foi feita de forma equivocada tanto que pouco tempo depois, duas ou três horas depois ele foi advertido e imediatamente retirou essa postagem", explicou Paulo na última 4ª.
O advogado afirmou que foi o próprio Bolsonaro quem postou o vídeo sem querer, mas que outra pessoa o alertou do equívoco duas horas depois. "Não foi ele que percebeu. Na verdade, foi o pessoal de equipe. Ele sequer sabia. Ele não percebeu que havia postado no Facebook", disse.