Desmatamento na Amazônia cresce 7% e registra pior fevereiro desde 2007
Mato Grosso, Pará e Amazonas continuam liderando ranking de destruição
Camila Stucaluc
Após registrar queda em janeiro, o desmatamento na Amazônia voltou a crescer em fevereiro. Segundo dados do Imazon, no período, foram derrubados 325 km² de floresta, área equivalente ao tamanho de Belo Horizonte. O resultado é o pior registrado no mês desde 2006, ano em que a pesquisa foi implementada.
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Com o número, o acumulado do ano ficou como o segundo maior desde 2008, atrás apenas de 2022. Em janeiro e fevereiro deste ano, a Amazônia perdeu 523 km² de floresta, cifra que representa quase 900 campos de futebol por dia.
No segundo mês do ano, quase metade (48%) do desmatamento ocorreu em Mato Grosso, onde a destruição aumentou 64% na comparação anual, totalizando 157 km². O ranking é completado pelos estados do Pará e do Amazonas, que perderam, respectivamente, 63 km² e 55 km² de vegetação nativa no período.
Estados como Roraima e Acre, por sua vez, apresentaram altas superiores a 100% no desmatamento em fevereiro. Em Roraima, a devastação chegou a 19 km², registrando um crescimento de 111% em relação ao mesmo período em 2022.
"Os números podem estar relacionados à dispersão de muitos garimpeiros que fugiram da Terra Indígena Yanomami após o início das operações federais na região. Isso gera um risco ainda maior a outras áreas protegidas e pode agravar conflitos por terra em Roraima", comenta Bianca Santos, pesquisadora do Imazon.
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Já no Acre, a derrubada chegou a 7 km² (133%) - maior alta entre os estados. A destruição avançou pela metade leste, inclusive dentro da Resex Chico Mendes. Esse território protegido foi a terceira unidade de conservação mais desmatada da Amazônia, com uma área devastada equivalente a 40 campos de futebol.