Inmet: mesmo sem previsão de temporal nos próximos dias, "todo cuidado é pouco"
Sobre o litoral de SP, Instituto Nacional de Meteorologia diz que "chuva que pode parecer pequena, não é"
Roseann Kennedy
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mantém o alerta laranja para o estado de São Paulo, apontando perigo nas áreas que ainda são afetadas pelas chuvas. E, embora não haja previsão, para os próximos cinco dias, de tempestade na mesma intensidade do fim de semana passado, o meteorologista Mamedes Melo disse nesta 4ª feira (22.fev) em entrevista ao SBT News, que, por enquanto, todo cuidado ainda é pouco.
"Uma chuva hoje de 10mm ou 20mm, nessas áreas afetadas, já representa um perigo. Porque o solo ainda está muito encharcado. No máximo até sexta-feira, ainda há previsão de que a chuva possa chegar a de 20 a 40mm. Em algum ponto pode até ser um pouco mais forte. E também não se descarta aquela chuva de verão, que vem com rajadas fortes e descargas elétricas. A partir do fim de semana a janela de sol começa a aparecer", destacou.
O litoral norte de São Paulo registrou, em 24 horas, o maior acumulado de chuva histórica do Brasil, superando o nível de outras tragédias, como a de Petrópolis (RJ), em 2022. Na praia de Camburi, em São Sebastião, local mais atingido, choveu 634 milímetros em menos de 24 horas. A média histórica para o mês inteiro de fevereiro é de 303 milímetros. Em Bertioga, município da mesma região, em 15 horas, o volume se aproximou de 700 milímetros. É mais que o dobro do usual para o mês inteiro.
Mamedes ressaltou que é preciso manter os cuidados e tirar a população das áreas de risco. "Pode acontecer algo mais à frente? Bem, mês de março ainda é um período que chove bem. E a gente só pode monitorar a curto e médio prazo, para verificar os fenômenos que podem levar a essa condição", afirmou.
Nesta entrevista ao SBT News, ele também detalha quais foram os fatores que levaram à precipitação pluviométrica tão intensa. "Alguns fatores se juntaram. O principal foi a frente fria associada ao ciclone extratropical e que causou um contraste térmico muito grande, induzindo a grande formação de nuvens", explicou.
Veja a entrevista: