PF deflagra operação de combate a trabalho análogo à escravidão
Suspeito atraía vítimas para "missão divina" em organização por meio de programa de rádio
Emanuelle Menezes
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta 5ª feira (16.fev), em São Paulo, uma operação contra um homem suspeito de usar da religiosidade para manter pessoas em um trabalho análogo à escravidão e violentá-las sexualmente mediante fraude.
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Segundo a investigação, realizada em cooperação com o Ministério Público do Trabalho e a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, as vítimas eram atraídas pelo homem por meio de um programa de rádio que falava sobre espiritualidade.
Quando iam até a instituição gerida por ele, para participar de tratamentos, palestras e treinamentos, elas eram convencidas a trabalhar voluntariamente para a organização, no que eles chamavam de "missão divina". O homem se apresentava como "grão-mestre", o "escolhido" pelo arcanjo Miguel.
Com o passar do tempo, foram persuadidas a ficar cada vez mais na instituição e convidadas a morar com ele, com a justificativa de que seria mais prático e econômico. A partir disso, elas passavam a trabalhar o dia todo, em dedicação exclusiva, sem receber salário ou alimentação adequada e sendo, ainda, violentadas sexualmente.
Quem não cumpria com o que o suspeito determinava, era exposta e humilhada em reuniões do grupo. Elas ainda eram violentadas psicologicamente, por meio de maldições e ameaças. As vítimas temiam sair da instituição ou entrar em contato com pessoas sem autorização do "grão-mestre", por medo das consequências.
O investigado deve responder pelos seguintes crimes, com penas que ultrapassam 14 anos de prisão:
- Reduzir alguém a condição análoga à escravidão;
- Violação sexual mediante fraude;
- Lavagem de dinheiro.
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