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Depois de mudar a versão três vezes, Do Val quer suspeição de Moraes

Senador, que acusou Bolsonaro de coação, diz que vai pedir à PGR afastamento do ministro de relatoria

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Marcos do Val
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Ao longo das últimas 48 horas o senador Marcos do Val (Podemos-ES) coleciona versões em redes sociais e entrevistas à imprensa, envolve cada vez mais personagens e encontra dificuldades em explicar o que de fato ocorreu entre ele, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - a quem acusou de coação e depois voltou atrás - e o ex-deputado Daniel Silveira (PT-RJ). Segundo Do Val, o político bolsonarista preso no Rio de Janeiro na última 5ª feira (2.fev) e Bolsonaro, teriam feito uma proposta de participação em uma tentativa de golpe e tentado convencê-lo a gravar uma conversa comprometedora com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Nesta 6ª feira (03.fev) em mais uma reviravolta do caso, após manifestação de Moraes, que classificou a trama como "tentativa tabajara" de golpe, o parlamentar anunciou que vai pedir à Procuradoria-Geral da República (PGR) o afastamento do magistrado da relatoria dos inquéritos que apuram os atos antidemocráticos. O motivo, segundo ele, é o fato de Alexandre de Moraes ter sido citado no depoimento dado à PF, em que Do Val relata a reunião onde teria ocorrido o diálogo com teor golpista. O senador também desmentiu Moraes, e disse que não recebeu orientações do magistrado do STF sobre a formalização daquela denúncia.

"Informo que não são verídicas as recentes declarações do Ministro Alexandre de Moraes quando diz que me orientou para que as informações sobre a reunião com Daniel Silviera e o ex-presidente Jair Bolsonaro fossem formalizadas".

Alexandre de Moraes, pela manhã, afirmou que durante o encontro com Marcos do Val, quando foi procurado pelo senador no STF, perguntou o político estava disposto a colocar as denúncias no papel e afirmou que tomaria um depoimento formal. Na ocasião, segundo Moraes, Do Val recuou e indicou que aquilo seria "uma questão de inteligência" e que não poderia confirmar. 

"Tenho como provar que ao comunicar o ministro Alexandre de Moares sobre o que estava acontecendo, por escrito e textualmente, via mensagem de whatsApp, em nenhum momento recebi a orietação do ministro para fazer a referida formalização. Portanto não fui orientado para formalizar nada, nem por resposta às mensagens que enviei e nem pessoalmente durante o encontro que tivemos", explica.

Do Val tenta se eximir e diz que cumpriu o seu papel. "Fiz o meu papel como Senador da República de comunicar tudo ao Ministro, como também solicitei a PF que baixasse todas as mensagens do meu celular com as conversas com o Ministro Alexandre de Moraes e com Daniel Silveira. Assim não restará nenhuma dúvida e será comprovada a veracidade de tudo que tenho falado", conclui.

Alvorada, Jaburu ou Torto? 

O senador do Podemos do Espirito Santo vem mudando a sua postura desde que o episódio se tornou público. Chegou a afirmar que não sabia se a reunião com Bolsonaro e Daniel Silveira tinha sido realizada no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, no Palácio do Jaburu, a residência oficial do vice-presidente ou na Granja do Torto.

Sobre o vídeo divulgado na madrugada da última 4ª feira (1.fev), quando o parlamentar diz que foi coagido por Bolsonaro a participar de um esquema de golpe, voltou atrás dizendo que a afirmação foi em um "momento de raiva". Ele estaria nervoso por ter sido acusado pelo MBL (Movimento Brasil Livre) de ter votado no senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na eleição para a presidência do Senado, quando seu apoio declarado era para Rogério Marinho (PL-RN). "Eu estava em um momento de muita raiva porque trabalhei desde 5h da manhã tentando trabalhar para ver se a gente conseguia eleger o Marinho e era quase meia-noite. Aí foi aquele desabafo que você quando nervoso, qualquer discussão depois você se arrepende do que fala", disse.

Nos dias seguintes ao rompante na madrugada, Do Val não voltou a repetir o que disse no vídeo e em entrevista à revista Veja, ao contrário, tem repetido que o ex-presidente da República se manteve calado durante a conversa com Silveira. O senador insiste na versão de que apenas o deputado bolsonarista teria feito o convite para a proposta de grampo ao ministro do STF.

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