Arminio Fraga e Neca Setubal assinam carta de solidariedade a Josué Gomes
Empresário teve a sua destituição do posto de presidente da Fiesp aprovada há três dias
O economista e ex-presidente do Banco Central (BC) Armínio Fraga, a socióloga e presidente do Conselho Curador da Fundação Tide Setubal, Neca Setubal, e outras sete pessoas divulgaram na 4ª feira (18.jan) uma manifestação conjunta de solidariedade a Josué Gomes da Silva. O empresário teve a sua destituição do posto de presidente da Fiesp aprovada em assembleia extraordinária na 2ª (16.jan).
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Na manifestação, os integrantes do chamado Comitê de Defesa da Democracia classificam a tentativa de afastamento de Josué de "insidiosa" e afirmam estar indignados com ela. "Causa particular repulsa o fato de que pese contra a permanência de Josué Gomes na presidência da instituição o seu apoio ao 'Manifesto em Defesa da Democracia e da Justiça', organizado por este Comitê, e lido no dia 11 de agosto de 2022, no Salão Nobre da Faculdade de Direito do Largo São Francisco", acrescentam.
O ato, no ano passado, precedeu a leitura de outro documento, a Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito, feita no Pátio das Arcadas da FDUSP na mesma data. Ambos os manifestos vieram após ataques do então presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral e foram criticados por ele.
A carta de solidariedade a Josué, desta 4ª, diz que empresário foi essencial para que as eleições do último ano "ocorressem dentro da normalidade, devendo ser motivo de orgulho para a classe empresarial brasileira". Além disso, sugere que quem tenta afastá-lo da Presidência da Federação das Indústrias de São Paulo é um "grupo de pessoas ressentidas com o triunfo da democracia sobre o autoritarismo".
A manifestação é assinada pela vice-presidente da FDUSP, Ana Elisa Bechara, o diretor, Celso Campilongo, o diretor-presidente do Instituto Ethos, Caio Magri, o sociólogo Clemente Ganz Lúcio, o secretário-geral da Força Sindical, Juruna, o professor da FGV Direito Oscar Vilhena Vieira, e o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, além de Fraga e Neca. Todos o fizeram como pessoas físicas, ou seja, não representando instituições ou entidades.
Confira a íntegra:
Os membros do Comitê de Defesa da Democracia, abaixo assinados, vêm manifestar a sua indignação com a insidiosa tentativa de afastamento de Josué Gomes de suas funções como Presidente da FIESP, perpetrada por alguns representantes de sindicatos patronais da entidade.
Causa particular repulsa o fato de que pese contra a permanência de Josué Gomes na presidência da instituição o seu apoio ao "Manifesto em Defesa da Democracia e da Justiça", organizado por este Comitê, e lido no dia 11 de agosto de 2022, no Salão Nobre da Faculdade de Direito do Largo São Francisco.
Nesse Manifesto um grande número de entidades empresariais e da sociedade civil reiteraram seu "compromisso inarredável com a democracia", assim como clamaram pelo respeito à Constituição e à Justiça e, em especial, ao Tribunal Superior Eleitoral e o Supremo Tribunal Federal.
A participação de Josué Gomes na defesa da democracia foi essencial para que as eleições de 2022 ocorressem dentro da normalidade, devendo ser motivo de orgulho para a classe empresarial brasileira. Não se pode admitir, portanto, que um pequeno grupo de pessoas ressentidas com o triunfo da democracia sobre o autoritarismo venha agora, em sintonia com aqueles que vandalizam nossas instituições, retaliar uma liderança empresarial exemplar, que sempre deixou claro ser a democracia o único caminho para que o Brasil supere os seus principais desafios.
Como cidadãs e cidadãos irmanados na defesa do Estado Democrático de Direito, hipotecamos a Josué Gomes nossa integral solidariedade.
Ana Elisa Bechara
Arminio Fraga
Caio Magri
Celso Campilongo
Clemente Ganz Lúcio
Juruna
Maria Alice Setubal
Oscar Vilhena Vieira
Ricardo Patah
São Paulo, 18 de janeiro de 2023.