Mulher é alvo de ofensas racistas durante briga de trânsito no DF
Vítima e o filho também foram agredidos fisicamente pelos suspeitos; nova lei equipara injúria ao racismo
Soane Guerreiro
O Distrito federal registrou o primeiro caso de injúria racial após a sanção da lei que equipara o crime ao de racismo no Brasil. A denúncia foi feita pela conselheira tutelar, Marlla Angélica, que conta ter sido vítima de racismo na noite da última 6ª feira (13.jan).
Com a nova legislação, a injúria racial se tornou um crime imprescritível e inafiançável. Mas, o endurecimento da lei não impediu que dois homens insultassem e agredissem Marlla e o filho dela, um adolescente de 17 anos.
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A violência teria começado durante uma discussão de trânsito. De acordo com a vítima, dois homens, de 44 anos e 24 anos, se incomodaram porque, ao atravessarem a rua, não teriam sido vistos por Marlla, que chegava de carro.
"A partir do momento que eu sai do carro, para entender o que estava acontecendo, eu fui xingada, eu fui humilhada. Eles me chamaram de macaca, de preta nojenta", afirma a conselheira tutelar.
Marlla conta que, após ouvir os gritos da discussão, o filho dela saiu de casa para defender a mãe. Foi quando a dupla partiu para agressão física.
"Porque ele [o filho] foi na intensão de separar, de entender. 'O que está acontecendo? Por que você está xingando minha mãe?'. Eles desferiram um soco no rosto do meu filho, quando o meu filho se virou para mim. E logo em seguida o outro puxou meu cabelo, com a intensão de me derrubar mesmo", acrescenta a vítima.
Os suspeitos foram presos no mesmo dia e liberados após audiência de custódia. A conselheira tutelar espera que a mudança da lei ajude a evitar casos como o dela. "O meu desejo é que as pessoas entendam que acabou a brincadeira. Racismo é crime, injúria racial é crime, e quem fizer vai ser punido", conclui Marlla.
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