Quadrilha usa antenas e tecnologia para bloquear sinal de celular e aplicar golpe da falsa central
Polícia investiga esquema em que sinal de operadoras é derrubado para envio de mensagens fraudulentas com objetivo de roubo de dados bancários
Bruna Macedo
A Polícia Civil de São Paulo investiga uma quadrilha especializada em aplicar o golpe da falsa central de atendimento. Para isso, os criminosos utilizam tecnologia avançada, incluindo antenas e transmissores potentes, capazes de bloquear o sinal das operadoras de celular e assumir o controle das comunicações em determinada área.
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Um dos principais pontos de operação do grupo foi desmontado em um apartamento na região central da capital paulista. Segundo o delegado Rodrigo Rezende, “havia uma antena instalada num andar alto desse apartamento, no centro de São Paulo, em que o fluxo de pessoas e veículos é muito grande. Eram disparadas muitas mensagens fraudulentas por segundo”.
O golpe depende de uma estrutura composta por um computador com software de envio em massa, um transmissor e uma antena. O sinal emitido por esses equipamentos é tão forte que interfere diretamente nas redes das operadoras. O sinal das operadoras é substituído por outro, emitido pelo transmissor dos golpistas. Com isso, pessoas em um raio de até um quilômetro passam a receber mensagens como notificações de compras suspeitas, acompanhadas de números de telefone para contato. Ao clicar, a vítima é redirecionada para a falsa central de atendimento da quadrilha.
“O golpe é aplicado por uma central localizada em outro local. A partir do momento que a pessoa passa a acreditar nessa ligação, eles conseguem tirar cada vez mais dinheiro da vítima. Com medo, ela acaba passando dados para os estelionatários”, completou o delegado.
Em 2025, a Anatel já recebeu dez denúncias sobre o uso de estações falsas para bloquear sinais. Segundo levantamento da empresa de cibersegurança Kaspersky, tentativas de golpe por mensagens falsas cresceram 267% no Brasil entre julho de 2023 e julho de 2024. Nesse período, o país registrou uma média de 588 bloqueios por minuto.
O delegado alerta: “O principal é evitar clicar em links. Recebeu uma mensagem sobre alguma transação, entre em contato diretamente com o banco ou com o gerente”.
