"Seria uma tragédia jamais vista", afirma polícia sobre bomba no aeroporto
Um homem confessou a intenção de ativar o dispositivo em Brasília; ele foi preso
Edney Freitas
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga o caso de um homem que confessou ter colocado uma bomba em um caminhão que transportava combustível de aviação perto do aeroporto internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília.
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O artefato foi desativado pelo esquadrão antibomba da Polícia Militar no sábado (24.dez). Por causa da operação, uma das pistas de acesso ao aeroporto foi fechada. O dispositivo tinha um acionador à distância, que, se ligado, poderia ter causado uma explosão.
"Se esse material adentrasse o Aeroporto de Brasília, próximo a um avião com 200 pessoas, seria uma tragédia aqui dentro de Brasília, jamais vista, seria motivo de vários noticiários internacionais, mas nós conseguimos interceptar", disse o delegado-geral da PCDF, Robson Cândido.
Ainda segundo a polícia, o homem teria ligação com grupos acampados no quartel-general do Exército, em Brasília, que são contra o resultado das eleições para presidente da República e a favor de um golpe. Ele também teria confessado que tinha o "objetivo de atenção para o movimento a favor do atual presidente Jair Bolsonaro", explicou o delegado.
A perícia identificou que houve tentativa de explodir a bomba, mas sem sucesso. A ideia do homem seria, segundo informou a Polícia Civil, fazer um primeiro atentado e outro no dia da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, marcada para o dia 1º de janeiro de 2023.
Além da prisão, foram apreendidas com o suspeito uma série de armas de fogo. Ele tem registro de Caçador, Atirador e Colecionador (CAC). No entanto, o material recolhido está fora das normas vigentes. "Ele é CAC, porém tudo que encontramos está fora das normas. Sendo assim, ele será autuado por porte, posse ilegal de armas de fogo, munição e artefatos explosivos e por crime contra o Estado democrático de direito", explicou Robson Cândido.
Pelo Twitter, o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que "os graves acontecimentos de ontem [24.dez] em Brasília comprovam que os tais acampamentos patriotas viraram incubadoras de terroristas. Medidas estão sendo tomadas e serão ampliadas, com a velocidade possível. O armamentismo gera outras degenerações. Superá-lo é uma prioridade".
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