Amazônia teve 36% da floresta transformada em pasto
Bioma é o mais usado pela pecuária. Na sequência estão Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga e Pantanal
Em 20 anos, o Brasil transformou mais de 10,2 milhões de hectares de pastos degradados em lavouras. A situação ocorreu, principalmente, no bioma Mata Atlântica, onde 28% da área foi alterada. No Cerrado foram 10%.
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Enquanto isso, na Amazônia, as pastagens aumentaram em 40%. A floresta foi transformada em campo em 36% da área. Em segundo lugar está o Cerrado, com 31%. Depois, Mata Atlântica com 18%. Caatinga tem 12% e Pantanal, 2%.
Com exceção de Minas Gerais, com 19,3 milhões de hectares, os outros dois estados líderes em área de pastagens no Brasil ficam na Amazônia Legal: Pará (21,1 milhões de hectares) e Mato Grosso (20,2 milhões de hectares).
Os dados são do MapBiomas, e foram divulgados nesta 4ª feira (30.nov). O principal uso do solo brasileiro continua sendo a pastagem: de toda a área desmatada, que já se aproxima dos 35% do território nacional.
Seriam 151 milhões de hectares. Mas, pode ser maior. O número não integra os 12 milhões de hectares em campos naturais do Pampa e Pantanal e áreas de mosaico, onde não é possível separar agricultura e pastagem e que cobrem 42 milhões de hectares.
Pastagens estocam mais de seis gigatoneladas de carbono
De forma inédita, o MapBiomas traz estimativas de estoques de carbono no solo associados às áreas de pastagens. Considerando cultivadas e nativas, são 6,43±1,79 gigatoneladas.
Considerando estoques médios de carbono (toneladas por hectare), estes variam de 44 a 22 toneladas por hectare para a camada superficial do solo (0 a 20 cm) nas áreas nativas do Pampa e Pantanal, respectivamente. Para os demais biomas ? Mata Atlântica, Amazônia, Caatinga e Cerrado ? estes estoques ficam em torno de 41, 39, 36 e 33 toneladas por hectare, respectivamente.
"A recuperação de pastagens degradadas e adoção de boas práticas de manejo representam um verdadeiro ganha-ganha. Ganha o produtor, com o aumento da produtividade do rebanho. E ganha o país, haja vista o maior potencial de pastagens bem manejadas em sequestrar carbono, contribuindo para a redução das emissões e para tornar a atividade pecuária, como um todo, mais sustentável", afirma Laerte Ferreira, professor da Universidade Federal de Goiás e coordenador geral do mapeamento das pastagens.