RJ: Ex-secretário da PM é alvo de operação contra máfia do jogo do bicho
Ministério Público apura crimes de corrupção e lavagem do dinheiro obtido com a exploração de jogos de azar
O ex-secretário da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Rogério Figueiredo de Lacerda, é um dos alvos de busca da operação Fim da Linha, deflagrada na manhã desta 3ª feira (29.nov) pelo Ministério Público, contra crimes da máfia do jogo do bicho no estado. Até o momento, dez pessoas já foram presas.
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Os agentes identificaram pelo menos seis policiais militares envolvidos com a organização criminosa: os praças Fernando Nepomuceno da Silva e Luiz Henrique dos Santos, além dos oficiais major Rodrigo Fernandes Queiros, major Romulo Oliveira André, tenente coronel Alexandre Gualberto da Silva e o ex-secretário da PM, coronel Lacerda.
Rogério Figueiredo de Lacerda foi empossado comandante da PM pelo então governador do Rio, Wilson Witzel, em janeiro de 2019. Em agosto de 2021, já no governo de Cláudio Castro (PL), ele foi destituído do cargo com a justificativa de "oxigenação das polícias".
Ao total, a Operação Fim da Linha cumpre 26 mandados de prisão e 57 de busca e apreensão contra integrantes de organizações criminosas que praticam crimes de corrupção e lavagem de dinheiro obtido com a exploração de jogos de azar.
As investigações do Ministério Público começaram através da identificação de um bingo clandestino que funcionava em Copacabana, na zona sul da cidade do Rio, com permissão de policiais militares. Durante as investigações, foram identificados três núcleos de organização criminosa: Olímpico, Cascadura e Saens Pena.
Entre os integrantes do núcleo Olímpico estava Bernardo Bello, apontado como um dos maiores chefes da contravenção no Rio de Janeiro. Em janeiro, Bello foi preso no aeroporto de Bogotá, na Colômbia. Ele é acusado de ordenar a morte do rival, Alcebíades Garcia, o Bid, na disputa de pontos de caça-níqueis e jogo do bicho. Ele ficou detido na Colômbia até maio, quando obteve um habeas corpus e voltou para o Brasil, respondendo pelo crime em liberdade. Na operação de hoje, que não tem relação com a morte de Bid, Bernardo Bello ainda não foi encontrado.
Segundo o órgão, o grupo utilizava diferentes modos de fraudar os resultados dos jogos, como corromper PMs e conquistar território por meio da violência. Nesta 3ª, na casa de um dos alvos da operação, na Barra da Tijuca, os agentes do MPRJ encontraram R$ 435 mil e 1.670 euros (cerca de R$ 9 mil) em espécie.
Os presos na operação desta 3ª serão levados para as delegacias das áreas onde foram detidos.