Ponte Rio-Niterói é totalmente liberada após colisão de navio
Embarcação estava à deriva e empresa responsável tinha mandado judicial para retirar barco e evitar danos e desastres ambientais
Renata Igrejas
A ponte Rio-Niterói foi totalmente liberada para o trânsito por volta das 11h de 3ª feira (15.nov), em pleno feriado de Proclamação da República. O trajeto ficou interditado após um navio à deriva bater em um pilar de sustentação da via, no lado do sentido capital.
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A embarcação São Luís, do tipo graneleiro, está atracada no armazém 13 da zona portuária. O cargueiro bateu na ponte por volta das 18h de 2ª feira (14.nov). O impacto foi flagrado por um motorista que passava na região.
Apesar do impacto, a princípio, o navio não danificou os pilares de forma determinante. Engenheiros da companhia que administra a ponte fizeram uma análise mais detalhada, descartando algo mais grave.
A ponte ficou totalmente fechada, com as duas pistas interditadas. Mais de três horas depois, uma das direções foi liberada. Uma cabine, semelhante a uma estufa do navio, colidiu com a estrutura. A embarcação, bastante enferrujada, foi rebocada até o píer.
O navio estava atracado na Baía de Guanabara há pelo menos seis anos. O graneleiro pertence à empresa de navegação Mansur S.A. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro já tinha expedido uma ordem judicial há dois anos para que a companhia retirasse o navio da Baía, já que havia a possibilidade de danos e desastres ambientais, além de risco à vida humana - uma tragédia anunciada.
Além desta situação, trabalhadores em situação análoga à escravização já foram resgatados de dentro do navio. As vítimas tinham jornadas exaustivas de 20 horas, sem registro em carteira e sem benefícios garantidos, como o 13º salário.
O navio foi construído em 1994 e é alvo de uma disputa judicial, segundo a Marinha, e por isso estava atracado na Baía de Guanabara desde fevereiro de 2016. Um levantamento já feito por instituições apontam que existe um cemitério de navios na Baía: são mais de 80 em situação parecida ao cargueiro São Luís. As causas e a responsabilidade do acidente são investigadas pela Capitania dos Portos e pela Marinha.
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