Inflação afeta tradicional "cafezinho pós-almoço" do brasileiro
Índice sobre o café superou 12% entre janeiro e agosto deste ano
Abraão Ramos
Quentinho, puro ou com leite, o café é a segunda bebida mais consumida no Brasil, só perde para a água. Mas, o grão que é símbolo cultural do país continua muito caro para boa parte da população.
De janeiro a agosto desse ano, o índice de inflação do café chegou a 12,47%. Valor quase 3 vezes maior que o índice geral, que foi de 4,39% medido pelo IPCA de agosto.
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O professor doutor da escola de Economia do Mackenzie, Hugo Garbe, indica um dos possíveis motivos para a alta. "O café, ele também é uma commodity. Assim como outras commodities, milho, soja, açúcar, nós tivemos um incremento significativo nos preços das commodities", observa Garbe.
Mesmo com a alta nos preços, o cafezinho após o almoço é uma tradição da qual o brasileiro não quer abrir mão. Uma pesquisa revela que, como estratégia para economizar, 72,82% dos consumidores passaram a escolher estabelecimentos que oferecem a bebida como cortesia.
"Colocar uma média de 4 ou 5 reais por cafezinho, multiplicar isso por dia útil, multiplicar por um ano, uma pessoa pode gastar até mil reais por ano, só de cafezinho", explica o professor Hugo Garbe.
Economia par aos clientes, aumento de custo para o estabelecimento. Mesmo assim, o proprietário de um restaurante em São Paulo não abre mão desse agrado.
"Por volta de R$ 1.500 reais por ano aí, você calcula. Tudo o que você oferece para o cliente vem em dobro para nós. A fidelidade dele, e aqui o pessoal é muito fiel, vem realmente por causa disso", conclui o empresário Kim Sintra.
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