Amazônia registra recorde de queimadas em 24 horas, aponta Inpe
Mais de 3,3 focos de incêndio foram contabilizados no último dia 22, superando o acumulado de junho
Camila Stucaluc
O número de queimadas na Amazônia continua crescendo e atingindo recordes. Segundo dados do sistema Deter, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), o bioma registrou, na última 2ª feira (22.ago), 3.358 focos de incêndio, o maior número para o mês de agosto desde 2017. A cifra também é superior ao acumulado de junho, com 2.562 focos captados.
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Na última semana, foram registradas médias diárias de 1,8 mil focos de incêndio, totalizando 13.174 queimadas. O Pará foi o estado mais prejudicado até o momento, seguido por Mato Grosso, Amazonas e Rondônia. A devastação, no entanto, ainda pode aumentar, uma vez que agosto e setembro concentram a menor taxa de chuva e umidade.
O resultado das queimadas já chegou a alguns municípios do Amazonas, onde nuvens de fumaça cobriram o céu. Em Manaus, por exemplo, a concentração de fumaça foi vista em todas as zonas da capital por dois dias, mesmo após pancadas de chuva.
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"A tendência desse contexto é catastrófica, não somente pela perda da biodiversidade nesses biomas, mas também para as populações que vivem e adoecem com a fumaça, em especial os povos indígenas e comunidades tradicionais que além de sofrer com a fumaça, têm seus territórios invadidos e desmatados", avalia Cristiane Mazzetti, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil.