RJ: Polícia investiga se milicianos estão extorquindo construtoras
Elas aparecem num caderno de contabilidade do grupo criminoso e estariam pagando para atuar na Zona Oeste
A Zona Oeste do Rio de Janeiro concentra mais de quarenta por cento da população carioca, com cerca de dois milhões e meio de habitantes. Impulsinonada pela exploração imobiliária, com grandes investimentos, é a região que mais cresce na cidade.
De olho nesse boom imobiliário, a maior milícia do país, que tem quartel general, justamente na Zona Oeste, descobriu uma nova fonte de faturamento ilegal: a cobrança de "pedágio" para que empresas do ramo imobiliário possam atuar na região, sem serem incomodadas. Anotações da contabilidade do grupo paramilitar, apreendidas pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes, trazem o nome de três das maiores construtoras do Brasil, com pagamentos que variam de R$ 37 mil a R$ 74 mil, aos criminosos.
A planilha com o título "obras" mostra ainda, que outros R$ 58 mil teriam sido pagos por empreiteiros. De acordo com o registro, o faturamento da milícia com as cobranças passam dos R$ 237 mil.
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A organização criminosa é comandada por Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, irmão de Welington da Silva Braga, morto durante uma operação policial no ano passado.
De acordo com as investigações, o grupo que domina a Zona Oeste teria mais de quinhentos homens, muitos deles policiais e ex-policiais militares, que munidos de um arsenal que conta com quase quarenta fuzis, espalham medo e impõem as regras na região.
Segundo a Polícia, além da nova modalidade de cobrança às empreiteiras, a milícia explora áreas já conhecidas, como taxas de comercialização de gato net, gás de cozinha, segurança e transporte alternativo. O que rende um faturamento mensal de R$ 30 milhões.
A partir da apreensão desses dados, a Polícia espera poder rastrear o caminho feito pelo dinheiro ilegal e sufocar o braço financeiro do grupo criminoso.