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Mourão diz que morte de Dom Phillips "foi dano colateral"

Vice-presidente disse que trabalho de Bruno Pereira pode ter incomodado algum comerciante da região

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Hamilton Mourão
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O vice-presidente Hamilton Mourão comentou, nesta 2ª feira (20.jun), sobre as investigações dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, no Amazonas.

Mourão afirmou que o mandante do crime pode ser um comerciante do Vale do Javari, que teria se incomodado com o trabalho do ex-servidor da Funai na região, e classificou a morte do jornalista como um "dano colateral".

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"Ninguém fica feliz com a morte estúpida, como a que aconteceu do Bruno e do Dom. Agora, é uma região pobre, Atalaia do Norte é um município de 20 mil habitantes com carências inúmeras, vive de um pequeno comércio, de fundo de participação de município. Essas pessoas aí, que assassinaram covardemente os dois, são ribeirinhos. Vai aparecer se há um mandante. Mas, se há um mandante, é um comerciante da área que estava se sentindo prejudicado pela ação, principalmente do Bruno, e não do Dom, né? O Dom entrou de gaiato nessa história, foi dano colateral", argumentou o vice-presidente.

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) criticou a manifestação de Mourão sobre quem seria o possível mandante do crime, alegando que a declaração mostra o desconhecimento do vice-presidente da região. A organização também afirmou que, ao se referir a Dom como "gaiato", Hamilton Mourão desrespeitou o trabalho do jornalista.

No Congresso Nacional, a comissão externa temporária, criada para investigar a violência contra defensores da Amazônia e as mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips, aprovou um requerimento para convidar o ministro da Justiça, Anderson Torres, e representantes da Univaja. Eles devem participar da sessão da Casa nesta 4ª feira (22.jun).

Representantes dos povos indígenas e ativistas realizaram, na tarde desta 2ª feira, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, um protesto pedindo justiça por Dom e Bruno. Além da responsabilização dos envolvidos no assassinato, servidores da Funai reivindicam o afastamento do presidente da fundação, Marcelo Xavier, e ameaçam paralisar as atividades.
 

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