"Satélites não são escolha nossa, eles já estão lá", diz Faria sobre Starlink
Ministro das Comunicações prestou esclarecimentos sobre aproximação do Governo com Elon Musk
André Anelli
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, prestou nesta 3ª feira (14.jun) esclarecimentos à Câmara dos Deputados sobre a aproximação entre o Governo Federal e o bilionário Elon Musk, dono da Tesla e da Starlink.
Parlamentares questionaram o ministro a respeito do acordo para monitoramento da Amazônia pelos satélites da Starlink. Deputados avaliam que a região já é coberta pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe.
No entanto, para Fábio Faria, a tecnologia oferecida por Musk oferece mais precisão nos dados do que a utilizada pelo Inpe. "Ele vai ter 40 mil satélites no espaço, e o único satélite que tem laser e que detecta o barulho da serra elétrica é o Starlink", alegou o ministro, que falou na condição de convidado, em audiência pública.
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Deputados de oposição contestaram a explicação de Faria. "Não precisa detectar a serra elétrica para detectar o desmatamento e a matança na Amazônia", rebateu o deputado federal Ivan Valente (Psol-SP).
Já os parlamentares da base governista endossaram os argumentos do ministro. "Se os satélites, que já passam pela Amazônia, e que coletam os dados e podem ajudar na segurança do local, que podem ajudar a cuidar da floresta, monitorar queimadas, por que não fazermos uma parceria com uma empresa de tecnologia?", afirmou a deputada federal Caroline de Toni (PL-SC).
Fábio Faria lembrou ainda que o acordo comercial fechado com Musk garantirá internet em regiões mais afastadas do país, como a Amazônia, e disse ter cobrado da Anatel a autorização para a operação dos satélites estrangeiros, uma vez que os equipamentos já cobrem o Brasil. "Os satélites não são escolha nossas, eles já estão lá", ele concluiu.
O uso de satélites estrangeiros também é uma possibilidade considerada pelo Ministério das Comunicações para levar internet a escolas que não possuem conexão. As empresas que venceram o leilão do 4G, em 2012, já haviam reclamado junto a Anatel que não há usuários suficientes que justifiquem as redes terrestres, consideradas caras. Por isso, pedem a permissão para o uso de satélites.
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