Roraima lidera lista de terras indígenas pressionadas pelo desmatamento
Cenário é divido com os estados do Pará, Rondônia e Amazônia. No local, vivem indígenas do povo Waimiri Atroari
Das 10 terras indígenas mais pressionadas pelo desmatamento no primeiro trimestre deste ano, cinco estão localizadas em Roraima. Segundo levantamento divulgado essa semana pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a terra Waimiri Atroari foi a segunda no ranking de derrubada de floresta durante o período, atrás somente da Cachoeira Seca do Iriri, no Pará.
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O território, dividido entre solo roraimense e amazonense, também foi o sexto mais pressionado entre todas as classes de áreas protegidas do bioma. No local, vivem indígenas do povo Waimiri Atroari e os isolados Cabeceira do Rio Camanaú. As outras quatro terras indígenas localizadas em Roraima que figuraram no ranking são: Manoá/Pium, Moskow, Raposa Serra do Sol e São Marcos.
"O fato de metade das terras indígenas mais pressionadas no primeiro trimestre estarem localizadas em Roraima pode ser explicado pelo regime de chuvas no estado, que ocorre de forma inversa ao do restante da Amazônia. Entre janeiro e março, Roraima estava no período seco, quando o desmatamento costuma ser maior, enquanto os outros oito estados amazônicos estavam na estação chuvosa. Por isso, tanto Roraima quanto outros estados com áreas protegidas entre as mais pressionadas precisam intensificar suas ações de proteção", explica Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.
Terras indígenas mais pressionadas pelo desmatamento no primeiro trimestre:
- Cachoeira Seca do Iriri (PA)
- Waimiri Atroari (AM/RR)
- Apyterewa (PA)
- Alto Rio Negro (AM)
- Karipuna (RO)
- Manoá/Pium (RR)
- Médio Rio Negro I (AM)
- Moskow (RR)
- Raposa Serra do Sol (RR)
- São Marcos (RR)
A pesquisa afirma, no entanto, que se levarmos em conta todos os tipos de áreas protegidas na Amazônia, e não apenas as terras indígenas, o Pará é o estado com o maior número de territórios entre os mais pressionados no trimestre. Cenário que segue o que foi observado em estudos de períodos anteriores.
Apenas neste último levantamento, entre janeiro e março, o Pará teve cinco das 10 áreas protegidas mais pressionadas na Amazônia. Em primeiro e segundo lugar estão as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) Triunfo do Xingu e do Tapajós, que já figuravam no ranking no mesmo período do ano passado.
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"O Pará é frequentemente um dos estados que mais apresentam áreas protegidas ameaçadas e pressionadas. Caso as informações disponíveis fossem utilizadas para a proteção desses territórios, essa devastação poderia ter sido evitada", afirma Amorim.
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