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Brasil

Desmatamento na Amazônia atinge área 3 vezes maior que Belo Horizonte

Região desmatada no primeiro trimestre do ano foi a maior da série histórica para este período, segundo dados do Inpe

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Os alertas de desmatamento da Amazônia, no primeiro trimestre deste ano, atingiram a maior área da série histórica para o mesmo período, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe.

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Foram 941,3 Km² devastados, o que corresponde a três vezes a cidade de Belo Horizonte. Em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 573,3 Km², o número representou uma alta de 64%.

A porta-voz de Amazônia do Greenpeace, Cristiane Mazzetti, explica que o número só não foi maior porque, em março, os alertas tiveram uma queda de 15% em relação ao mesmo mês de 2021. "Nós estamos em um período ainda muito chuvoso na Amazônia, então, as taxas costumam ser menores no desmatamento, porque a chuva ela atrapalha a atividade do desmatamento, ou a chuva pode esconder ali a detecção de parte do desmatamento por conta das nuvens", afirma a especialista.

Nas terras indígenas, a devastação da floresta chegou a 52% nos primeiros três meses do ano. São áreas que, de acordo com os ambientalistas, têm sofrido a pressão de grileiros e garimpeiros. Para proteger seus territórios, mais de 7 mil indígenas estão acampados, em Brasília. Os grupos exigem a demarcação de terras e protestam contra projetos em tramitação no Congresso Nacional, como o que libera a mineração nessas regiões.

A divulgação desses dados coincide com a publicação de um documento do painel intergovernamental sobre as mudanças climáticas, que aponta a conservação das florestas como uma as soluções para diminuir os estragos do aquecimento global. 

"Hoje, quase metade das emissões de gases do efeito estufa, que a gente emite no Brasil, vem do desmatamento. Então, a gente já conhece o caminho. Tem todos os instrumentos para conseguir zerar. O que a gente precisa é que eles sejam colocados em prática, e que tenha vontade política para isso", conclui a porta-voz de Amazônia do Greenpeace.

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