Pesquisa da Febraban revela que violência e assédio preocupam mais as mulheres
83% das entrevistadas acreditam que os casos de violência contra elas aumentaram durante a pandemia
SBT News
Uma pesquisa da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) feita pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) revela que a violência e o assédio são a principal causa de preocupação entre mulheres no país. O levantamento foi feito entre os dias 19 de fevereiro e 3 de março de 2021. Para isso, 3.000 mulheres foram ouvidas nas cinco regiões do país.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Os dados apontam que 83% das mulheres acreditam que os casos de violência contra elas aumentaram durante a pandemia do coronavírus. Esse número é maior entre mulheres pretas, 87%, em comparação com 81% entre brancas.
Nos últimos dez anos, 8 em cada 10 mulheres se dizem insatisfeitas ou muito insatisfeitas com a forma como as mulheres são tratadas na sociedade brasileira. Essa informação é da pesquisa Observatório Febraban Mulheres, Preconceito e Violência.
Segundo as entrevistadas, os principais pontos negativos são a violência e o assédio 40%, seguidos do feminicídio 26% e da desigualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres.
Sobre a desigualdade, 82% das mulheres aponta o problema como à remuneração ou salários, 71% são os direitos e a liberdade sexual. Enquanto um terço, 31% indica o machismo como a principal causa para o Brasil ocupar a quinta posição em mortes violentas de mulheres. Já um quinto, 20%, credita que a impunidade ou falta de leis mais rigorosas causam essa situação.
O presidente da Febraban, Isaac Sidney, disse que mesmo com os avanços dos últimos anos, as mulheres no Brasil ainda são vítimas de violência, assédio, preconceito e discriminação. Sidney realçou que precisamos de políticas e ações afirmativas que enfrentem esse problema social.
Mais da metade das brasileiras, 55%, viram ou tomaram conhecimento sobre mulheres próximas que foram vítimas de situações de violência verbal, física ou sexual. Na faixa etária de 18 a 24 anos, esse número sobe para 63%.
Na rua, 67% das mulhers já foram vítimas ou já presenciaram situação de preconceito ou discriminação contra mulheres. O número também é preocupante no transporte público, 56% e 54% em festas ou em locais de entretenimento
A casa foi indicada por 8 em cada 10 entrevistadas, 77%, como o lugar onde as situações de violência, ameaça e assédio ocorrem com mais frequência. Em relação aos que cometem esse abusos, 7 em cada 10 entrevistadas, 69%, citam pessoas próximas ou conhecidas.
No ambiente profissional, 40% das entrevistadas dizem já ter sofrido ou conhecem alguém que sofreu assédio moral para 38% de assédio sexual também. Porém, apenas 33% denunciaram o crime. E a denúncia não ocorre por medo de represália e de perseguição, além da vergonha e da falta de confiança na Justiça.