Fiocruz alerta para baixa cobertura vacinal de crianças em volta às aulas
Cerca de 11 capitais ainda encontram-se abaixo da média nacional de imunização
SBT News
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocuz) divulgou, na noite de 4ª feira (16.fev), uma nota técnica alertando sobre a baixa cobertura vacinal contra a covid-19 em crianças de 5 a 11 anos de idade em meio ao retorno das atividades escolares. Segundo a entidade, o cenário é preocupante, uma vez que o público torna-se vulnerável à infecção e à disseminação do vírus, inclusive entre outros grupos etários.
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"Os primeiros 15 dias de vacinação apresentaram uma velocidade maior, mas, a partir do dia 29 de janeiro, houve uma retração desse ritmo, promovendo um crescimento lento desde o início do mês de fevereiro. Até o dia 14 de fevereiro, o país possuía uma cobertura vacinal de primeira dose para a faixa etária entre 5 e 11 anos de apenas 21%", informou a Fiocruz.
Os dados apresentados apontam que a heterogeneidade entre Estados e capitais é notável. Todas as unidades federativas da região norte do país encontram-se abaixo da média nacional e apenas sete Estados possuem cobertura de primeira dose maior que a média nacional (21%): Rio Grande do Norte (32,6%), Sergipe (23,9%), Espírito Santo (21,9%), São Paulo (28,1%), Paraná (28,6%), Rio Grande do Sul (23,2%) e o Distrito Federal (34,6%).
O pior desempenho está no Amapá, com apenas 5,3% da população na faixa etária entre 5 e 11 anos vacinada. Onze capitais estão abaixo da marca do país, sendo Macapá (1,6%), Boa Vista (20,6%), Rio Branco (6,9%), Porto Velho (16%), Teresina (8,4%), João Pessoa (15,8%), Recife (1,9%), Belo Horizonte (18,4%), Campo Grande (1,6%) e Cuiabá (15,7%).
"O que pudemos observar é que a correlação mais fraca é aquela com o indicador de desigualdade de renda (-0,17). Ela possui força moderada para a vulnerabilidade à pobreza (-0,54) e internações por condição sensível à atenção primária (-0,53)", destacou a entidade. Segundo o levantamento, a cobertura vacinal de primeira dose também possui forte correlação inversa com a proporção de crianças elegíveis, uma vez que nos Estados com maior número de crianças elegíveis avançou-se menos.
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"Além do benefício individual, ressaltamos que, quanto mais crianças vacinadas, maior será a proteção da população como um todo. É importante destacar que a volta às aulas é necessária, mas com a devida proteção às crianças. Somente assim haverá um cenário positivo para iniciar um novo ano letivo, em que todos estejam protegidos, inclusive a população adulta, que volta a trabalhar de forma mais intensa para atender a esta demanda presencial, em serviços como o comércio e o transporte público", finalizou a Fiocruz.