Deputado de Frente de Segurança critica reajuste a policiais federais
Marcel Van Hattem afirma que categorias na linha de frente da covid não receberam aumento
O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS), em entrevista ao Agenda do Poder desta 4ª feira (22.dez), criticou a quantia de R$ 1,7 bilhão destinada ao reajuste salarial de policiais federais. Para o parlamentar, que integra a Frente de Segurança, o aumento salarial para o setor público, ainda mais da esfera federal, não faz sentido. "Lá atrás ficou definido que não se dariam aumentos no setor público durante a pandemia. Nós ficamos muito surpresos quando houve esse movimento do próprio presidente da República para beneficiar uma categoria, que é a dos policiais federais", diz.
Além disso, Marcel Van Hatten criticou que outras categorias, como agentes de saúde que estão na linha de frente do combate à covid-19, não receberam nenhum aumento salarial. "O que não posso concordar é que carreiras que já recebem R$ 12 mil de salário como agentes da polícia federal ou de delegado da polícia federal que recebe R$ 23 mil de salário, agora, no fim do ano, por um projeto eleitoral do próprio presidente da República, venham a ter esse aumento. Enquanto agentes da saúde, pessoas que estão na linha de frente da pandemia da covid, não receberam nenhum tostão a mais. Não é que eu seja contra investimetnos em segurança pública, inclusive sou um dos parlamentares que mais indica emendas individuais para a segurança. É uma questão de justiça debater esse tema, não podemos misturar as coisas em investimento na área de segurança pública com aumento salarial", destaca.
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A aprovação do fundo eleitoral de R$ 4,9 bilhões definido no Orçamento de 2022 foi outro ponto criticado pelo parlamentar. A promulgação do texto ocorreu na última 3ª feira (21.dez). Na Câmara foram 358 votos a favor e 97 contra, já no Senado foram 51 favoráveis e 20 contrários.
"São quase R$ 5 bi para fundo eleitoral, sempre fui contra, nunca usei dinheiro público para minhas campanhas. Dinheiro público que deveria ir para a saúde, educação, para segurança, para financiar campanha política. Tá muito errado isso, infelizmente, foi aprovado esse valor astronômico para campanhas eleitorais", destaca o deputado Marcel Van Hattem.
O fundo eleitoral chegou com a proposta de R$ 5,7 bilhões, depois, o relatório final entregue na madrugada da última 2ª feira (20.dez), de relatoria do deputado Hugo Leal, trouxe a proposta de R$ 5,1 bilhões. Por fim, o que passou foi o de R$ 4,9 bilhões, que mesmo sofrendo redução, é o maior valor para campanhas eleitorais da história do país. "Redução foi em resposta a crítica social, apesar de estar reduzido, ainda é um valor muito acima do que tinha sido previsto e realizado em eleições passadas. Eu avalio isso como um negócio, uma 'tirada' com a cara do brasileiro. Para o político poder se reeleger ele precisa do dinheiro do cidadão retirado a força dele", destaca o deputado. Para o parlamentar, o fundo eleitoral é uma forma da classe política se perpertuar no poder usando o seu dinheiro, o dinheiro do pagador de impostos.
O partido Novo contestou o valor do fundo eleitoral ao Supremo Tribunal em 20 de dezembro, após a derrubada do veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) de R$ 5,7 bilhões no dia 17 de dezembro.
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