Inatividade física causa gastos de R$ 300 milhões em internações ao SUS
Segundo pesquisa, falta de exercícios pode estar associada com nível de escolaridade e renda
SBT News
Um estudo realizado pela Universidade Federal Fluminense (UFF) concluiu que o impacto econômico na inatividade física de brasileiros representa gastos ao Sistema Único de Saúde (SUS) de cerca de R$ 300 milhões somente com internações. Os valores analisados foram do ano de 2019.
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Segundo a pesquisa, a inatividade física está associada à incidência de diversas doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como hipertensão, diabetes e doenças isquêmicas do coração, podendo aumentar os riscos associados à mortalidade. Em entrevista à Agência Brasil, o subchefe do Departamento de Economia da UFF e coordenador executivo do estudo, Marco Antonio Vargas, informou ainda que o nível de escolaridade e de renda está relacionado à prevalência maior de inatividade física.
A partir de dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério de Saúde, de 2017, observou-se, por exemplo, que o sedentarismo é maior entre os indivíduos com sete anos ou menos de escolaridade (57,92%) em comparação com aqueles que possuem 12 anos ou mais de escolaridade (41,18%). O nível de inatividade é maior entre mulheres do que entre homens e quanto menor for o nível de escolaridade, maior o nível de inatividade.
Segundo Vargas, o custo gasto pelo SUS seria evitável na medida em que a população encarasse a realização de exercícios como parte integrada de uma política de saúde e tivesse mais acesso a programas de atividade física.
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O estudo teve como base pessoas maiores de 40 anos de idade e a correlação entre os dados com os custos de tratamento no SUS -- hospitalização. O levantamento envolveu uma equipe interdisciplinar de pesquisadores e foi feito em 2019, portanto, antes da pandemia do novo coronavírus.
Pesquisadores do Laboratório de Ciências do Exercício (Lace) e do Núcleo de Pesquisa em Indústria, Energia, Território e Inovação (Neiti) da UFF buscam agora atualizar o estudo com dados de 2020 e 2021.