Bares e restaurantes de São Paulo são contra "passaporte da vacina"
Comprovante de imunização será exigido para a entrada em estabelecimentos da cidade
SBT News
Bares e restaurantes da capital paulista criticaram a decisão da prefeitura de São Paulo de exigir comprovante de vacinação para a entrada em estabelecimentos fechados, divulgada nesta 2ª feira (23.ago) pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB).
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) foi uma das organizaçõess que se colocou contra a medida. De acordo com Paulo Solmucci, presidente da entidade, a nova regra pode aumentar filas e aglomerações, além de limitar o acesso aos clientes de outros estados que estão com a imunização mais lenta, aos que não podem se vacinar por condições médicas e aos que não possuem celulares ou internet em seus aparelhos, já que o "passaporte da vacina" será via aplicativo.
"É um conjunto de insensatez que, ao nosso ver, só tumultua o ambiente. Teria que haver mais diálogo, preparação e avaliação da viabilidade", afirma Solmucci em nota divulgada pela Abrasel.
Entenda o passaporte da vacina
O prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes, divulgou nesta 2ª feira (23.ago) que a Prefeitura vai lançar um aplicativo, ainda nesta semana, para que a população comprove sua vacinação, que será exigida para a entrada em bares, restaurantes, shoppings e demais estabelecimentos fechados.
Após baixar o aplicativo, apenas pessoas que tomaram ao menos uma das doses de imunizantes contra a covid-19 poderão entrar nestes locais.
"Caso não constar vacina, a pessoa terá de ser barrada. A Vigilância Sanitária irá fiscalizar os estabelecimentos e, caso alguém sem vacina esteja no local, uma multa será aplicada", explicou o prefeito.
Leia a nota da Abrasel na íntegra
Não foi bem recebida pelo setor de bares e restaurantes a exigência do comprovante de vacina para entrar em ambientes fechados da capital paulista a partir do próximo dia 30, anunciada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) nesta segunda (23).
Para o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, não há condições de operacionalizar a regra. Ele diz que a entidade está aguardando a prefeitura anunciar os detalhes concretos da medida para reagir e pedir uma revisão da decisão. Ele também questiona a eficácia do aplicativo que deve ser criado para o cliente comprovar a vacinação na porta dos estabelecimentos. Segundo a prefeitura, a plataforma será lançada até sexta (27).
Solmucci afirma que a medida pode acabar limitando o acesso de visitantes de outros estados que estão atrasados na imunização, além das pessoas que não podem se vacinar por recomendação médica ou não têm smartphones ou internet. Segundo ele, a exigência também pode aumentar filas e aglomerações.
"É um conjunto de insensatez que, ao nosso ver, só tumultua o ambiente. Teria que haver mais diálogo, preparação e avaliação da viabilidade", diz Solmucci.
Sylvio Lazzarini, dono dos restaurantes Varanda Grill, diz ser a favor da obrigatoriedade da vacina para funcionários dos estabelecimentos e afirma que não critica a medida do prefeito, mas que é preciso priorizar as ações para acabar com a pandemia.
"Qual é a prioridade absoluta? Toda a população vacinada, protocolos de segurança, máscara, álcool em gel, não servir em pé e evitar aglomerações até que se tenha imunidade total", afirma Lazzarini. Ele também questiona como o passaporte da vacina seria fiscalizado. Bares e restaurantes registraram casos de aglomeração e pessoas sem máscara no sábado (21) e no domingo (22), primeiro fim de semana sem restrições de horário e lotação no estado de São Paulo.
Veja reportagem do SBT Brasil: