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Ex-funcionário acusa Supermercado Mundial de intolerância religiosa

O colaborador foi demitido após relatar perseguição à gerência; empresa nega

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O ex-funcionário do Supermercado Mundial Rafael Oliveira, 37 anos, protocolou um Boletim de Ocorrência, nesta 6ª feira (9.jul), contra a empresa por racismo religioso. Segundo o colaborador, ele foi coagido pela gerência do estabelecimento a retirar uma máscara de proteção facial com a estampa de Ogum -- entidade religiosa de matriz africana.

"Eu fui trabalhar com uma máscara que tinha escrito Ogum e fui advertido verbalmente e por escrito na sala do meu gerente. Depois disso, comecei a sofrer uma série de transferências e mudanças de horário", disse Rafael. 

A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância já está investigando o caso. A especializada também investiga outra denúncia da vítima, feita em setembro de 2020 quando Rafael foi expulso de uma corrida de aplicativo por estar vestido com roupas do culto afro-brasileiro. 

Assista ao vídeo:

Na última 6ª feira (2.jul), Rafael foi até a sede da empresa, no bairro de Inhaúma, também na Zona Norte, denunciar a suposta perseguição por parte da gestão. Menos de uma semana após a queixa, Rafael foi dispensado do trabalho. 

Rafael relata ainda que foi coagido no momento da demissão tendo que assinar o documento e foi acompanhado por seguranças à paisana enquanto ele tentava ligar para o "Disque 100", de Direitos Humanos, para comunicar o ato de intolerância.

Ele ainda disse que sofreu uma crise de ansiedade e se trancou no banheiro por três horas, com fortes dores musculares, por conta do curto espaço em que permaneceu sentado. 

O relator da CPI que investiga a intolerância religiosa no estado, o deputado estadual Átila Nunes (MDB), prestou assistência jurídica à vítima, que só aceitou sair do banheiro acompanhado do assessor do parlamentar, que seguiu com ele até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Complexo do Alemão.

O Supermercados Mundial negou que a demissão do funcionário tenha relação com os fatos narrados e confirmou que o colaborador não integra mais a equipe da rede. 

"O Mundial reforça que a declaração não condiz com a cultura da marca, e oferece treinamentos constantes para todos os colaboradores e funcionários terceirizados sobre cuidado com o cliente, excelência, valores e propósito da companhia", disse a empresa em nota.

Veja reportagem do SBT Brasil:

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