Sinal amarelo: obesidade infantil atinge 3,1 milhões de crianças no Brasil
Pandemia agravou a situação e teve impacto na alimentação das crianças, alerta Ministério da Saúde
Em apoio ao Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil (3.jun), o Ministério da Saúde divulgou informações e dicas de prevenção para uma melhor qualidade de vida e rotina alimentar. No Brasil, é estimado que 6,4 milhões de crianças tenham excesso de peso e que 3,1 milhões já evoluíram para obesidade.
De acordo com os registros de acompanhamento médico do Sistema Único de Saúde (SUS), a doença afeta 13,2% das crianças entre 5 e 9 anos de idade. Nessa faixa etária, com base no Índice de Massa Corporal (IMC), 28% das crianças apresentam excesso de peso, um sinal de alerta para o risco de obesidade ainda na infância ou no futuro. Entre os menores de 5 anos, o índice de sobrepeso é de 14,8%, sendo que 7% já apresentam obesidade.
Segundo o Ministério da Saúde, a pandemia de covid-19 também agravou a situação e teve impacto significativo na alimentação das crianças e adolescentes, além do aumento do sedentarismo. "A interrupção significativa na rotina das crianças pode gerar impacto negativo na saúde mental e bem-estar, o que pode provocar um índice ainda maior de jovens com excesso de peso. Os cuidados com a saúde de forma multidisciplinar devem ser intensificados, como a prática de atividade física e escolhas mais saudáveis na alimentação".
O Ministério da Saúde segue investindo em diretrizes e ações de prevenção e controle para melhorar a alimentação na infância. Em 2021, a pasta lançou o Guia Alimentar de bolso para menores de 2 anos, com orientações para introdução alimentar correta a partir dos seis meses.
O que causa a obesidade infantil?
A obesidade infantil é um resultado de uma série complexa de fatores genéticos e comportamentais. Uma rotina alimentar inadequada, além da falta de atividades físicas podem ajudar no desenvolvimento da doença. Fatores ainda na gestação também podem influenciar, como a nutrição inadequada da mãe e o excesso de peso.
Para evitar outros riscos que a obesidade pode desenvolver, como doenças cardíacas, diabetes e doença nas articulações e nos ossos, o Ministério da Saúde recomenda que a introdução alimentar seja feita no período correto (a partir dos 6 meses, após o período de aleitamento materno exclusivo) e com os alimentos balanceados. Se esse período não tiver o cuidado e atenção necessários, as crianças ficam expostas cada vez mais cedo aos alimentos ultraprocessados e industrializados.