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Brasil

Manifestação contra operação de garimpo ilegal termina em tumulto no Pará

Operação contou com 133 homens das polícias Federal e Rodoviária, além de Ibama e Força Nacional

Imagem da noticia Manifestação contra operação de garimpo ilegal termina em tumulto no Pará
Casas de duas índias que são contra o garimpo ilegal na terra indígena foram incendiadas | COT/POLÍCIA FEDERAL
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Indígenas e garimpeiros protestaram, nesta 4ª feira (26.mai), contra a operação de garimpo ilegal, na região de Jacareacanga, no sudoeste do Pará. Jacareacanga fica a 1.700 (1.694 Km) quilômetros de Belém.  Houve bombas, correria e tentativa de invasão na área onde estavam os agentes federais.  A manifestação que terminou em tumulto foi articulada um dia antes.A operação começou na madrugada de 3ª feira (25.mai) e conta com 133 homens das Polícias Federal, Rodoviária Federal, Ibama e Força Nacional. Antes das 7h, garimpeiros, comerciantes e moradores bloquearam a estrada que dá acesso ao aeroporto onde estavam os helicópteros do Ibama e das Polícias Federal e Rodoviária Federal. O local também serve de base para os agentes que participam da operação, entre eles um pelotão da Força Nacional.

Um bloqueio foi montado para tentar impedir os manifestantes de se aproximarem da pista, mas alguns conseguiram furar a pé, com motos e caminhonetes. A tropa de choque da Força nacional tentou conter os os manifestantes com bombas de efeito moral e gás lacrimogênio.

A Operação Mundurukânia faz parte de uma série de medidas determinadas pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), em julho do ano passado, para realizar o enfrentamento e monitoramento da covid-19, a fim de evitar o contágio e a mortalidade entre a população indígena nas terras Mundukuru e Sai-Cinza, com cerca de 30 mil quilômetros quadrados. Essa área é rica em ouro e está localizada na margem esquerda do Rio Tapajós, onde vivem mais de 14 mil indígenas em 145 aldeias.

Os alvos são quatro grandes áreas dentro da terra indígena Munduruku -- cada uma do tamanho do Plano Piloto de Brasília --, mapeadas pelos peritos da Polícia Federal por imagens de satélite. "Até o fim do ano passado essas áreas não apareciam no mapa, isso é resultado de quatro ou cindo meses de exploração de atividade de garimpo", explica Diogo Scalia, perito da Polícia Federal.

Em dois dias os agentes do comando de operações táticas da Polícia Federal estiveram em cinco pontos de extração ilegal de ouro no meio da floresta. Mas, assim que a notícia da operação se espalhou, os garimpeiros fugiram deixando tratores e motores de combustível para trás. Como não é possível retirar os equipamentos da mata, tudo o que foi encontrado acabou destruído.

Após a manifestação na manhã desta 4ª feira (26.mai), duas índias que fazem parte da associação das mulheres Mundurukus, que é contra o garimpo ilegal na terra indígena, tiveram as casas incendiadas na margem do Rio Tapajós.

A atividade de garimpo em reservas ambientais, terras indígenas ou em outras áreas sem autorização da União é crime federal.

Assista à reportagem completa do SBT Brasil:

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