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Brasil

"É importante ter amizades", diz Romero Britto sobre relação com políticos

O artista plástico esteve com Bolsonaro e já pintou Dilma, João Doria e Sérgio Cabral

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Romero Britto
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Passava das 17h de 3ª feira (29.dez) quando dois Porsches estacionaram em  frente à embaixada de Israel, em Brasília. Um todo branco e o outro decorado com coloridos corações alados. Usando tênis, boné e um agasalho Armani azul, o artista plástico Romero Britto estava acompanhado de Lucas Vidal, médico e CEO internacional da marca BRITTO, e do pai do empresário, Lúcio Vidal. Caminharam até a casa do embaixador Yossi Shelley, que os aguardava na sala de estar para encontrá-los pela primeira vez. Shelley estava na companhia do amigo israelense apresentado como David, que explora mina de diamantes em Patos de Minas, o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do governo do Distrito Federal, Gilvan Máximo, e a reportagem do SBT NEWS. 
 
Shelley, que cumpre sua missão diplomática há quatro anos no Brasil e já se apresenta como "metade israelense e metade brasileiro", difere-se em quase tudo da formalidade dos diplomatas pelo mundo. Ele começou o encontro com o artista com um caloroso abraço e encerrou o almoço pegando Britto no colo, que se divertiu e pediu para repetir, a fim de registrar o clique.

O embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, em abraço com Romero Britto

Britto mora em Miami e está visitando familiares e amigos no Brasil, onde ficará até primeiro de janeiro. Em sua passagem por aqui, esteve com o presidente Jair Bolsonaro participando da live semanal do chefe do Executivo. O pintor brasileiro mais conhecido internacionalmente na atualidade, Britto costuma pintar e presentear políticos, como fez com Dilma Rousseff, João Doria, Sergio Cabral, Barack e Michelle Obama, Hillary Clinton e o próprio Bolsonaro.   

Durante o almoço, o artista conversou com a reportagem do SBT NEWS (assista ao vídeo). Ao ser perguntado por que ele mantém proximidade com governantes do Brasil, independentemente da ideologia dos governantes, respondeu que não acompanha muito a política brasileira quanto gostaria, mas que "o presidente é o presidente do Brasil, escolhido por todos os brasileiros, então quando ele é presidente, ele está à parte de partido. E, com maior respeito, se o presidente quer me visitar eu vou recebê-lo de braços abertos e acho que é importante manter relacionamento com todo mundo". Em uma viagem no ano passado para encontrar o presidente dos Estado Unidos, Donald Trump, Bolsonaro foi conhecer o ateliê de Britto em Miami, onde eles e a primeira-dama Michelle passaram o tempo juntos pintando e conversando amenidades, tarde classificada pelo pintor como "maravilhosa". 


E em relação aos políticos norte-americanos? "É, eu tenho amizade com a família Kennedy. Eu tinha um dos membros da família Kennedy que trabalhava comigo no estúdio. Também sou amigo da família Bush, então sou amigo de todos os partidos. Acho que é importante ter amizade com todo mundo".

Entre fotos, palavras cordiais e brincadeiras, Shelley presenteou Britto com um dos principais símbolos judaicos, a menorá, candelabro de sete braços. Ao saber que Britto coleciona óculos, deu mais um par escuro de presente ao artista. E, por fim, pegou um chocolate israelense ao leite com bolinhas que "explodem" na boca e enfiou no bolso de Britto, para que o pernambucano saísse de lá com mais uma lembrança do Estado de Israel.  O homenageado ficou constrangido por não ter levado nada de presente ao embaixador  e mencionou isso mais de uma vez durante o encontro. No  meio do almoço, o segundo de Britto no dia, após se servir de grão de bico, cuscuz marroquino e mafrum (carne moída, batatas e especiarias) e provar o vinho Hermon, direto de Israel, o pintor solucionou o constrangimento. Pediu se poderia se apossar de um prato de sobremesa grafado com símbolos da embaixada que estava sobre a mesa. Sacou uma canetinha azul para para louças e "chap-chap". Fez, ali mesmo, um presente ao embaixador, que classificou a obra como "priceless" (que não tem preço).    
 

Além das gentilezas, os dois também fecharam negócio. Shelley quer encomendar um trabalho, provavelmente uma escultura, para enfeitar a embaixada e confidenciou que vai pedir ajuda financeira de admiradores da arte que integram a comunidade judaica para isso. E prometeu que na inauguração da obra vai entregar ao brasileiro a medalha Jerusalém de Ouro, alta honraria concedida por Israel. A mesma recentemente entregue ao presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Luiz Fux, que é judeu.

Britto está trabalhando em vários projetos futuros. Vai lançar parceria com uma tequila mexicana, com um vinho rosé, com as marcas esportivas Puma e Wilson. E, para 2022, espera o lançamento de um filme sobre sua história. "É do produtor que produziu o filme do Walt Disney e que está fazendo a história do Romero Britto. O filme vai começar em Londres e vai até o nordeste, no Brasil."

Mas o que Romero Britto foi fazer na embaixada de Israel? "Eu sou muito fã do Estado de Israel, tenho muitos amigos, muitos colecionadores, grandes apoiadores das artes. Então, minha história com Israel é muito longa. E meus antecedentes eram judeus também. Eu cresci no Brasil católico, mas tenho essa afinidade muito grande e muitos apoiadores da minha arte que são de Israel e também que moram nos Estados Unidos." Após o almoço, sempre sorridente ele ainda provou docinhos típicos e comeu bolo de cenoura. De lá, foi direto para um jantar. Confira a conversa completa com o artista:
 
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