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Cresce o número de meninas assassinadas em disputas entre facções no Ceará

Executadas de maneira cruel, as vítimas são expostas e têm a morte anunciada em redes sociais. O estado é considerado o mais perigoso para jovens mulheres

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Cresce o número de meninas assassinadas em disputas entre facções no Ceará
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O Ceará registrou um aumento de 322% nos assassinatos de meninas entre 10 e 19 anos entre 2016 e 2018. As execuções, quase sempre acompanhadas por sessões de tortura, além de anunciadas e expostas nas redes sociais, são motivadas pela rivalidade entre facções criminosas que disputam o controle da região.

O aumento expressivo do homicídio de jovens fez do estado o mais perigoso do país para mulheres nesta faixa etária. Hoje, o Brasil ocupa o quinto lugar no ranking mundial de feminicídio.

A estatística preocupante motivou a criação de um comitê para prevenção de homicídios na infância e na adolescência. Uma pesquisa inédita realizada pelo grupo mapeou os 114 assassinatos de jovens mulheres registradas no estado em 2018. 

"As meninas não estão morrendo porque são protagonistas dos grupos armados. Elas são vítimas dos grupos armados. Eles são mais cruéis com o corpo dessa menina", explica o presidente do Comitê, Renato Roseno

O levantamento também traça o perfil das meninas e adolescentes mortas pelo crime organizado. Apesar da maior parte das execuções ter sido decretada por facções que dominam o Ceará, nove em cada dez vítimas não tinham envolvimento direto com o crime. Metade delas estava fora da escola e abandonou os estudos ainda na infância. As que possuem menor escolaridade têm até cinco vezes mais chances de acabarem assassinadas.

Para reverter o quadro, o comitê encaminhou medidas ao poder público, que vão desde a busca ativa para inclusão de adolescentes na escola até a geração de oportunidades de trabalho.
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