Sérgio Moro fala em "revanchismo" nos vazamentos de conversas
Depois de uma viagem aos Estados Unidos, o ministro da Justiça foi condecorado com a "Ordem do Ipiranga" pelo Governo de São Paulo
SBT News
O ministro da Justiça, Sérgio Moro, foi condecorado nesta sexta-feira (28), em São Paulo, com a "Ordem do Ipiranga" - maior honraria do Estado. O título foi entregue pelo governador João Doria.
Em meio à divulgação de conversas atribuídas ao então juiz dos processos da Lava Jato, no Paraná, e a procuradores da Operação, em seu discurso, Sérgio Moro defendeu a Força-Tarefa e disse ser alvo de "revanchismo" dos vazamentos de mensagens pelo site 'The Intercept Brasil'.
"Tenho sofrido vários ataques novamente. Achei que a Lava jato tinha ficado para trás, mas estamos em uma nova fase. Há um certo revanchismo que, às vezes, reaparece", alegou o ministro.
Moro também afirmou que tem recebido apoio para continuar à frente do Ministério da Justiça. "Peguei avião comercial para vir pra cá. Várias pessoas vieram cumprimentar, a palavra que mais ouvi: não desista. E eu posso assegurar: não vamos desistir".
No início do mês, quatro conselheiros do Ministério Público pediram a apuração da conduta do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Força-Tarefa da Lava Jato em Curitiba, nos diálogos.
No entanto, na última quinta-feira (27), o corregedor nacional do órgão decidiu arquivar a representação. Segundo Orlando Rochadel, as mensagens foram obtidas "de forma ilícita" e, mesmo que verdadeiras, não caracterizam infração disciplinar.
Por outro lado, o Conselho Nacional do Ministério Público decidiu, por unanimidade, dar mais noventa dias para a conclusão de um processo disciplinar contra Dallagnol, em que ele critica ministros do Supremo Tribunal Federal.
Em entrevista a uma rádio, concedida no ano passado, o procurador afirmou que os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski formam "uma panelinha", e passam a imagem de "leniência com a corrupção". Neste caso, Deltan Dallagnol é investigado por quebra de decoro pessoal. Se condenado, a punição é censura.