Maioria dos municípios não atingiu meta de cobertura para vacinação infantil em 2023, diz Butantan
Aplicações contra hepatite B e tuberculose tiveram a pior adesão da última década
Um levantamento do Instituto Butantan apontou que mais de 60% dos municípios brasileiros não atingiram a meta de 95% de cobertura vacinal recomendada pelo Ministério da Saúde em 2023. O balanço levou em consideração os imunizantes aplicados durante o primeiro ano de vida, como para prevenir casos de Hepatite A/B, Varicela e febre amarela.
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A única exceção refere-se à primeira dose da tríplice viral (contra sarampo, a caxumba e a rubéola), que se igualou ou superou a meta em 3.084 cidades. O número de aplicações, no entanto, despencou na segunda dose, que deve ser administrada aos 15 meses. Nesse caso, apenas 1.326 atingiram o índice preconizado pelo Ministério da Saúde.
Desde 2016, as coberturas de todos os imunizantes previstos pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) estão em queda. O Instituto Butantan alerta que a situação é preocupante, uma vez que surtos de doenças imunopreveníveis, como sarampo e poliomielite, podem surgir em todo o Brasil, colocando em xeque a saúde da população.
"Essenciais para diminuir a circulação de vírus e outros microrganismos nocivos, as altas coberturas [de vacinação] garantem a proteção coletiva. Isso significa que quando a grande maioria das pessoas fazem a sua parte e se imunizam, elas também protegem aquelas que, por motivos específicos, não podem se vacinar – caso dos imunossuprimidos, dos pacientes em tratamento de câncer, dos alérgicos e até mesmo das grávidas", disse a entidade.
Números sugerem pequena melhora
Apesar do baixo número de municípios que atingiram a meta de vacinação, oito imunizantes previstos no calendário infantil registraram alta no ano passado, quando comparados a 2022. Entre eles estão, hepatite A, que saltou de 73% para 79%; primeiro reforço da pneumocócica, de 71% para 78%; e poliomielite, de 67% para 75%.
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Já a vacina BCG, que protege contra a tuberculose, e a da hepatite B – ambas ministradas nos primeiros 30 dias do recém-nascido –, tiveram a pior cobertura da última década, com redução de quase 30% em relação ao ano anterior.