Policiais Militares do DF são presos suspeitos de torturarem um colega
Segundo o soldado Danilo Martins, ele foi agredido com uma “vara” e humilhado por oito horas para que desistisse do treinamento
O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) emitiu nesta segunda-feira (29) 13 mandados de prisão temporária contra policiais militares suspeitos de praticarem tortura contra um colega durante treinamento do Patrulhamento Tático Móvel do Batalhação de Choque.
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Segundo o soldado Danilo Martins, ele foi agredido com uma “vara” e humilhado por oito horas para que desistisse do curso. Ele disse ao SBT que o tenente Marco Teixeira, apontado como o responsável por liderar as agressões, estaria cobrando “dívidas”. Martins não sabe dizer quais.
“Não o conheço e nunca o vi”, respondeu. Para a vítima, as agressões são resultado de sua vida fora da corporação. “Ele deixou claro que era por questões da minha vida fora, a motivação foi extremamente pessoal”, declarou.
“Teve uma paulada que eu recebi muito forte que foi quando lesionou o meu cérebro e afetou a visão, foi quando eu senti um estalo [...] eles falavam: assina, assina. E eu que não ia assinar [...] eles me levaram para outra parte e começaram o espancamento. Soco no rosto, chute no estômago e eu tinha que ficar imóvel ”, afirmou Danilo à reportagem.
A operação, realizada pela 3ª Promotoria de Justiça Militar e a Corregedoria da Polícia Militar do Distrito Federal, apreendeu telefones celulares dos militares supostamente envolvidos e suspendeu a continuidade do curso de treinamento até o encerramento das investigações. A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) informou que Marco Teixeira “solicitou o seu desligamento voluntário para que as apurações transcorram”.
Danilo diz que, no hospital, ele foi diagnosticado com rabdomiólise — ruptura do tecido muscular que resulta na liberação da proteína mioglobina no sangue, esta pode danificar os rins. Ele ficou internado seis dias na UTI.
Procurada, a PMDF informou que "durante as atividades do curso de Patrulhamento Tático Móvel, no dia 22 de abril, um aluno solicitou desligamento após passar pela etapa inicial do curso e exercícios físicos, previstos".