PF prende acusados de enviar cocaína para Europa em navios de carga e pesqueiros, com uso de mergulhadores
Polícias da Espanha e Croácia também cumprem mandados na Operação Viking; grupo usava Porto de Paranaguá (PR)
A Polícia Federal realizou nesta quinta-feira (5) uma operação internacional contra um esquema de envio de cargas de cocaína para a Europa, via Porto de Paranaguá, no Paraná, e que tinha como destino países da região dos Bálcãs, no leste europeu, em especial a Croácia.
O grupo alvo da Operação Viking era responsável pelo embarque clandestino da droga nos navios de carga que saíam do porto, e também pelo envio em barcos de pesca. Nas apurações, uma carga foi apreendida ao chegar na Espanha.
Os criminosos eram especializados no uso de mergulhadores para esconder a cocaína em compartimentos submersos dos navios, como explicou o delegado da PF Mateus Marins Corrêa de Sá.
"Os mergulhadores cooptados colocavam a droga nos navios no Brasil. Depois os mesmos mergulhadores viajavam até a Europa, retiravam o entorpecente e entregavam ao comprador."
Nas apurações foram identificados e apreendidos seis carregamentos de cocaína, que totalizaram mais de 3 toneladas da droga. O esquema usava também os contêineres de carga de terceiros, cargas lícitas próprias, os compartimentos submersos dos navios cargueiros e os barcos pesqueiros.
O destino final da maior parte das cargas era a Croácia e os países do leste europeu. Segundo a PF, o grupo fazia parte de "uma complexa estrutura logística" do narcotráfico, que era usada por um dos maiores narcotraficantes brasileiros, o Major Carvalho - preso desde 2021.
A Operação Viking envolveu a PF, Receita Federal, Europol, Guarda Civil da Espanha e Polícia Nacional da Croácia. Foram cumpridos nove ordens de prisão e 38 mandados de busca e apreensão, no Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Pernambuco e na Espanha. A ação contou com 120 policiais federais e equipes da guarda espanhola.
A Justiça Federal, no Paraná, determinou o sequestro de R$ 7,2 milhões em bens móveis e imóveis e o bloqueio R$ 20 milhões de ativos e valores em contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados.