Tribunal de Moscou acusa quatro suspeitos por atentado terrorista em casa de show
Homens foram identificados como cidadãos do Tajiquistão e ficarão sob custódia até julgamento
Camila Stucaluc
O Tribunal de Basmanny, em Moscou, acusou quatro suspeitos pelo atentado terrorista à casa de shows Crocus City. Na audiência, realizada neste domingo (24), Saidakrami Murodali Rachabalizoda, Dalerdzhon Barotovich Mirzoyev, Shamsidin Fariduni e Muhammadsobir Fayzov foram colocados sob custódia por dois meses até o julgamento.
Segundo a estatal Tass, os homens foram identificados como cidadãos do Tajiquistão. Eles são suspeitos de integrarem o Estado Islâmico-K -- ativo no Afeganistão e Paquistão --, já que o grupo terrorista assumiu a autoria do ataque. Outras sete pessoas foram detidas, suspeitas de participar do crime.
O ataque ocorreu na noite da última sexta (22). Na hora, ao menos cinco homens armados com fuzis invadiram o Crocus City enquanto a banda Picnic se preparava para se apresentar e começaram a atirar. Até o momento, o Comitê de Investigação Nacional calcula 137 mortos, além de mais de 100 feridos – a maioria em estado grave.
No domingo (24), os russos marcaram dia de luto nacional em homenagem às vítimas do atentado. Milhares de pessoas levaram flores à casa de show, assim como fotos e velas. Pelas redes sociais, o Kremlin divulgou imagens do presidente Vladimir Putin acendendo uma vela em uma igreja em homenagem aos que morreram no ataque.
As embaixadas estrangeiras em Moscou também expressaram solidariedade às vítimas. Bandeiras foram baixadas a meio mastro nas embaixadas dos Estados Unidos, Reino Unido e Holanda, mesmo em meio às altas tensões devido à guerra na Ucrânia.
Investigação
Inicialmente, as autoridades suspeitaram que o ataque havia sido executado com participação da Ucrânia, uma vez que os 11 suspeitos foram presos, incluindo os quatro atiradores, enquanto tentavam atravessar a fronteira. Kiev negou qualquer envolvimento, o que foi confirmado depois que o Estado Islâmico assumiu a autoria do atentado.
A informação foi confirmada pela inteligência norte-americana, que compartilhou os relatórios com Moscou. No domingo, no entanto, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, rejeitou as conclusões de Washington, dizendo que, até que a investigação seja concluída, o envolvimento da Ucrânia não será descartado.
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"Afinal, o financiamento de atividades terroristas do grupo criminoso organizado de Kiev pelos liberais democratas americanos e a participação nos esquemas corruptos da família Biden vêm acontecendo há muitos anos", disse Zakharova.