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Javier Milei completa um ano de governo com austeridade e pobreza alta

Inflação recuou no país, mas pobreza atinge recordes e PIB registra queda significativa no governo do ultraliberal

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O economista ultraliberal Javier Milei completou nesta terça-feira (10) seu primeiro ano como presidente da Argentina. Nesse período, ele conseguiu controlar a inflação galopante que assolava o país, mas o custo de seu plano de austeridade foi alto, empurrando milhões de argentinos para a pobreza.

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Dados oficiais apontam que a inflação mensal caiu de 25,5% no primeiro mês de sua gestão para 2,7% em outubro, o menor índice registrado nos últimos três anos. Apesar disso, a pobreza disparou 5 pontos percentuais, atingindo praticamente a metade da população (49,9%), segundo o Observatório da Dívida Social Argentina, calculado pela Universidade Católica (UCA). No mais, o Produto Interno Bruto (PIB) deve sofrer uma retração de 2,5% a 3,2% em 2024.

A crise afeta especialmente crianças e jovens: atualmente, duas em cada 10 crianças de 0 a 17 anos vivem em extrema pobreza. Setores estratégicos, como indústria, construção civil e varejo, enfrentam dificuldades, agravando o desemprego e a precariedade social.

Milhares de argentinos, incluindo desempregados e aposentados, recorrem a cozinhas comunitárias para garantir a alimentação diária. Segunda a UCA, após um declínio significativo iniciado em 2004, a taxa de insegurança alimentar na Argentina voltou a crescer, atingindo 24,3% em 2024, com 11,8% de insegurança alimentar grave.

O consumo geral também sofreu uma queda acentuada, com retração anual superior a 20% em outubro e um acumulado de 12,8% em 2024, reflexo da perda de poder de compra de salários e aposentadorias.

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Entre as medidas de austeridade adotadas por Milei neste um ano estão o fim da impressão de dinheiro, cortes no financiamento a províncias e universidades, suspensão de obras públicas, redução de subsídios para energia e transporte, eliminação de ministérios e demissão de milhares de funcionários públicos.

Embora a maior parte da população tenha sido impactada pelas medidas, a aprovação do seu governo subiu para 47% em novembro, em comparação com 43% do mês anterior, mostrou uma pesquisa realizada pela AtlasIntel para a Bloomberg News.

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