Austrália anuncia plano de recompra de armas após ataque em Sydney
Medida visa combater a violência armada no país, onde mais de 4 milhões de armas são possuídas atualmente


Camila Stucaluc
O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, anunciou nesta sexta-feira (19) um plano de recompra de armas de fogo no país. A medida faz parte dos esforços do governo para combater a violência armada após o ataque na praia de Bondi, em Sydney, que deixou 16 mortos, incluindo um dos atiradores.
O plano prevê a recompra de armas legais, recém-proibidas e ilegais. Os custos serão financiados pelo governo federal e pelos estados, que irão coletar e entregar os equipamentos à Polícia Federal para destruição.
Segundo Albanese, existem mais de 4 milhões de armas de fogo legalmente possuídas na Austrália atualmente, número 25% superior ao contabilizado em 1996, quando o país tomou medidas drásticas para o controle de armas. A ação, na época, ocorreu em resposta ao massacre de Port Arthur, que deixou 35 mortos.
"Sabemos que um desses terroristas tinha licença de armas de fogo e seis armas, apesar de morar no meio dos subúrbios de Sydney. Não há motivo para alguém nessa situação precisar de tantas armas", disse Albanese, referindo-se a um dos atirados responsável pelo ataque em Sydney.
Além do plano de recompra de armas, o premiê anunciou “um dia de reflexão” pelas vítimas do tiroteio. Ele pediu à população que acenda velas às 18h47 (horário local) no domingo (21), quando marcará exatamente uma semana do ataque. “Este dia é para estar ao lado da comunidade judaica, envolvê-la nos braços e compartilhar todos os australianos de seu luto”, disse Albanese.
Relembre o ataque
O ataque ocorreu na manhã do último domingo (14). Na data, pai e filho abriram fogo contra uma multidão que participava do feriado judaico de Hanukkah na praia de Bondi, matando 15 pessoas e ferindo 42. Entre os mortos estão uma menina de 10 anos e um casal que tentou desarmar um dos agressores.
Segundo as autoridades, o pai, que tinha licença para seis armas por pelo menos 10 anos, foi morto pelos policiais ainda no local. Já o filho, identificado como Naveed Akram, de 24 anos, foi detido após ser baleado.
O governo australiano classificou o ataque como um ato terrorista motivado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (ISIS, na sigla em inglês). Isso porque, no veículo usado pela dupla, apreendido logo após o ataque, os agentes encontraram duas bandeiras caseiras do grupo terrorista, além de explosivos.
Na quarta-feira (17), Naveed foi acusado de mais de 50 crimes pela polícia de New South Wales. Ele responderá por terrorismo, 15 homicídios, 40 tentativas de homicídio e por exibir símbolos de organizações terroristas. Atualmente, o jovem segue hospitalizado em estado grave, sob guarda policial.








