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19 palestinos morrem pisoteados durante confusão em centro de ajuda humanitária em Gaza

Tumulto teria começado após militares israelenses usarem gás lacrimogêneo para conter a multidão

Imagem da noticia 19 palestinos morrem pisoteados durante confusão em centro de ajuda humanitária em Gaza
Mortes aconteceram em um dos centros de distribuição de ajuda humanitária da GHF | Divulgação/GHF
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Pelo menos 20 palestinos morreram, na quarta-feira (16), durante uma confusão em um centro de distribuição de ajuda humanitária no sul da Faixa de Gaza. Segundo a Fundação Humanitária de Gaza (GHF), responsável pela administração do local, 19 pessoas foram pisoteadas e uma, esfaqueada.

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A confusão teria começado após as Forças de Defesa de Israel, que fazem a segurança dos centros da GHF, usarem gás lacrimogêneo e spray de pimenta para conter a multidão. Como os alimentos estão escassos na região por conta da guerra, muitos palestinos chegam famintos ao local em busca de ajuda.

Chapin Fay, porta-voz da GHF, disse que tiros de advertência foram disparados para dispersar a multidão quando um voluntário viu uma criança em perigo de ser esmagada. O uso do spray, por sua vez, ocorreu no momento em que os militares identificaram pessoas armadas em meio à multidão.

“O spray de pimenta foi usado apenas para proteger contra perdas adicionais de vidas. As 19 vítimas que foram pisoteadas provavelmente morreram devido à asfixia compressiva, também conhecida como asfixia, que é a principal causa de morte nesses tipos de incidentes", disse Fay.

A morte dos palestinos no centro aconteceu poucos dias após a Organização das Nações Unidas (ONU) denunciar a violência nas unidades da GHF. Ao todo, a entidade contabilizou 875 mortes nas proximidades dos quatro centros de distribuição da fundação em Gaza nas últimas semanas. O número, no entanto, é negado por Israel, que acusa a organização de “espalhar desinformação”.

Substituição dos centros de ajuda

Desde que retirou o cerco imposto em Gaza, em maio, Israel tenta substituir as organizações humanitárias que atuam no enclave palestino, alegando que o Hamas interrompe as redes de abastecimento para lucrar com a ajuda. A atitude é duramente criticada pela Organização das Nações Unidas (ONU), que diz que a GHF não se prepara para distribuir os itens e que o exército israelense direciona a população “usando tiros”.

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O mesmo é dito pela Rede de ONGs Palestinas, que, além de acusar a GHF de má gestão, critica a restrição das organizações internacionais em Gaza imposta por Israel. “Essa decisão impõe restrições ao registro e às atividades de ONGs internacionais, que inevitavelmente obstruirão suas operações na Palestina, controlarão a distribuição de ajuda e silenciarão vozes que destacam os crimes cometidos pela ocupação israelense.”

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