Ministra das Mulheres critica saída de Daniel Alves da prisão: "R$ 5 milhões compram a liberdade de um estuprador"
Ex-jogador foi condenado a 4 anos e 6 meses de prisão por estupro, mas conseguiu liberdade condicional pela Justiça
A ministra da Mulher, Cida Gonçalves, criticou, na noite de segunda-feira (25), a saída de Daniel Alves da prisão depois de pagar uma fiança de 1 milhão de euros – cerca de R$ 5,4 milhões. Para ela, a liberdade condicional permitida ao ex-jogador foi um “equívoco” da justiça espanhola, decisão que deve ser vista com “muita indignação”.
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“Cinco milhões compra a liberdade de estuprador julgado e condenado por estupro. É o corpo, é a palavra de uma mulher que está sendo mais uma vez violada, mais uma vez sofrendo as consequências disso. Achei que foi um equívoco. Não posso julgar o que aconteceu na Espanha, mas ele deveria cumprir sua condenação na prisão”, disse.
Daniel Alves foi condenado em primeira instância, no dia 22 de fevereiro, a 4 anos e 6 meses de prisão por estuprar uma mulher na boate Sutton, em Barcelona, em dezembro de 2022. A defesa do ex-lateral-direito recorreu da sentença e entrou com um pedido de liberdade provisória, que foi acatado pela Justiça na última quarta-feira (20).
Na decisão, os juízes afirmaram que não há mais risco de fuga de Alves ou de repetição do crime. Eles determinaram, no entanto, que para ser solto, o ex-jogador deverá cumprir alguns critérios além de pagar a fiança: entregar os passaportes (brasileiro e espanhol), não se comunicar com a vítima e comparecer semanalmente ao Tribunal de Barcelona.
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Tanto o Ministério Público da Espanha quanto a advogada da vítima, Ester García, se opuseram à concessão da liberdade sob fiança, argumentando o alto poder econômico de Daniel Alves, que possibilitaria o pagamento do valor estipulado. Ester classificou a liberdade condicional autorizada como "escândalo", afirmando que irá recorrer.