Bastidor agitado marca disputa pela presidência da CBF após Ednaldo ser afastado
Clubes apoiam Reinaldo Carneiro Bastos, enquanto federações preferem Samir Xaud; pleito está previsto para domingo (25)

SBT News
Dirigentes de clubes de futebol se mobilizam nos bastidores para decidir quem deve assumir a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A eleição para o cargo deve acontecer no domingo (25) da próxima semana.
+ CBF confirma novas eleições após afastamento de presidente
Integrantes da Libra e da LFU (Liga Forte Futebol) divulgaram, neste sábado (17), uma nota conjunta em que 32 clubes do país declaram apoio a Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol, na corrida para suceder Ednaldo Rodrigues. Ele foi afastado do cargo sob suspeita de fraude na assinatura do coronel Nunes, ex-presidente da CBF.
Mais cedo, Reinaldo anunciou oficialmente sua candidatura ao cargo. Em nota, ele afirmou já contar com o apoio de federações estaduais e da maioria dos clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro.
Dos 40 clubes das duas divisões, oito não assinaram o comunicado: Grêmio, Palmeiras, Volta Redonda, Paysandu e Remo, pela Libra; Botafogo, Vasco e Athletic, pela LFU.
Assinaram a nota os seguintes clubes:
Série A: Atlético-MG, Bahia, Ceará, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Internacional, Juventude, Mirassol, Bragantino, Santos, São Paulo, Sport e Vitória.
Série B: Amazonas, América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Avaí, Botafogo-SP, Chapecoense, Criciúma, Coritiba, CRB, Cuiabá, Ferroviária, Goiás, Novorizontino, Operário-PR e Vila Nova.
+ Justiça do Rio afasta Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF
O nome de Samir Xaud, presidente da Federação Roraimense de Futebol, ganha força após 22 federações declararem apoio a ele, segundo o portal UOL.
A candidatura de Samir foi construída com base no manifesto da maioria das 19 federações que se afastaram de Ednaldo Rodrigues após os processos judiciais que o retiraram da presidência.
Entre essas entidades estão as federações da Bahia e do Espírito Santo, antes consideradas aliadas de Ednaldo. A eleição acontecerá um dia antes da chegada do italiano Carlo Ancelotti como novo técnico da seleção brasileira.
Como funciona as eleições
O apoio dos 32 clubes representa, no mínimo, 48 votos para Reinaldo Carneiro Bastos na eleição. Clubes da Série A têm peso 2, os da Série B têm peso 1, e as federações estaduais têm peso 3. Para ser eleito, o candidato precisa de pelo menos 71 votos.
Para concorrer à presidência da CBF, o candidato precisa do apoio de oito federações e cinco clubes. Seu adversário, Samir Xaud, já conta com o apoio de 19 presidentes de federações estaduais que assinaram um manifesto por renovação. Reinaldo teria que conquistar, no mínimo, o apoio das outras oito.
+ Presidente da CBF recorre ao Supremo para impedir seu afastamento
Ednaldo Rodrigues afastado
A movimentação acontece após o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
A decisão tem como base suspeitas de fraude envolvendo a assinatura de Coronel Nunes em um acordo entre a CBF e outras entidades que sustentou a permanência de Ednaldo no cargo.
Segundo documentos obtidos pelo portal Leo Dias e divulgados pelo SBT News, Coronel Nunes sofreu, em 2023, um quadro de ataxia com comprometimento cognitivo.
+ CBF convoca eleição em véspera da chegada de Ancelotti à seleção
Em ação judicial de 2024, ele alegou não ter condições de saúde para comparecer ao Ministério Público e firmar acordo relacionado a pensão alimentícia, o que levanta dúvidas sobre a validade de sua assinatura no processo eleitoral da CBF.
O ministro Gilmar Mendes, do STF, manteve Ednaldo Rodrigues no cargo, mas determinou que o TJ-RJ apurasse com urgência as denúncias. Nesta quinta-feira (14), o desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro concluiu que há fortes indícios de que Coronel Nunes não tem condições cognitivas de expressar sua vontade.
O Tribunal de Justiça do Rio também determinou que Fernando José Sarney fique responsável por conduzir o novo processo eleitoral.