Físico brasileiro César Lattes é homenageado pelo Google
Centenário do cientista paranaense foi lembrado no Doodle do buscador
O cientista brasileiro César Mansueto Giulio Lattes foi homenageado no buscador do Google com o selo Doodle nesta quinta-feira (11). Se estivesse vivo, faria 100 anos.
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Lattes nasceu em 11 de julho de 1924 em Curitiba, no Paraná. Ele foi graduado em física e matemática na Universidade de São Paulo (USP) e depois tornou-se um dos pupilos do professor ucraniano, naturalizado italiano, Gleb Wataghin, que coordenava o Departamento de Física da USP.
O físico, acompanhado do professor Giuseppe Occhialini, foi à Universidade de Bristol, na Inglaterra, em 1946 e integrou a equipe do cientista-chefe Cecil Frank Powell, no H. H. Wills Laboratory.
Após se integrar ao laboratório, Lattes viajou para o pico Chacaltaya, que tem 5 mil metros, na Bolívia, para 'fotografar' a trajetória das partículas originárias dos raios cósmicos, por meio de chapas fotográficas de emulsão nuclear, técnica usada por Powell.
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O brasileiro pediu à fabricante Kodak para acrescentar mais boro às placas de emulsão nuclear e, após o registro, as chapas fotográficas mostraram a nova partícula atômica: 'méson pi' (píon).
A descoberta foi publicada em um artigo na revista Nature em 1947, sob o título 'Processes involving charged mesons' ('Processos envolvendo mésons carregados', em português), coassinado com seus colegas do laboratório inglês.
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Lattes inaugurou um novo campo de estudos: a física das partículas elementares.
Ele é considerado até os dias atuais como um dos mais brilhantes jovens físicos daquela geração, que tinha como nomes os cientistas Mario Schenberg, considerado o maior físico teórico brasileiro, e José Leite Lopes, que fez a primeira predição da partícula do bóson Z.
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Pelo feito, o paranaense recebeu o Prêmio Nobel de Física.
Injustiçado pelo Nobel
Em 1950, Lattes foi considerado um injustiçado. Pois, o comitê do Nobel concedeu o prêmio de física ao chefe do laboratório Cecil Frank Powell pelo desenvolvimento do método fotográfico para estudo de processos nucleares e por achados relacionados aos mésons.
Segundo a organização do Nobel, até 1960, o prêmio era oferecido apenas para o chefe da equipe responsável pela descoberta.
Lattes morreu em 8 de março de 2005, aos 80 anos de idade, após sofrer uma parada cardíaca, em Campinas (SP).