Engenheiro é acusado de roubar informações de inteligência artificial do Google para vender na China
Ex-funcionário teria copiado arquivos confidenciais sobre desenvolvimento de chips e softwares de IA
Cido Coelho
Um engenheiro que trabalhou no Google foi indiciado por roubo de segredos comerciais da empresa de tecnologia para vender para concorrentes na China.
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Segundo a denúncia, Linwei Ding, 38 anos, copiou arquivos confidenciais sobre desenvolvimento de chips e softwares para inteligência artificial (IA).
A vice-procuradora-geral da Califórnia, Lisa Monaco, se manifestou via imprensa e disse que Ding tinha 500 arquivos confidenciais com segredos comerciais de IA e, que, estava secretamente em conluio com empresas sediadas na China.
"Conforme alegado nas acusações de hoje, o réu roubou do Google mais de 500 arquivos confidenciais contendo segredos comerciais de IA, enquanto trabalhava secretamente para empresas sediadas na China que buscavam uma vantagem na corrida tecnológica de IA", explica Monaco.
Nos arquivos continham informações sobre os chips da unidade de processamento (TPU) do Google, mas também havia projetos de software para GPUs usadas nos data centers do Google.
Estes chips TPUs são usados para cargas de trabalho em IA e podem treinar ou executar modelos de inteligência artificial Gemini.
Roubo de dados durou 1 ano
Segundo a denúncia da autoridade na Califórnia, o engenheiro começou a roubar os dados em maio de 2022 e terminou em maio de 2023.
Ele copiada os arquivos dos servidores do Google e os transferia para sua conta pessoal no Google Cloud.
Depois, Ding fazia várias cópias de dados para o Apple Notes do MacBook funcional e convertia os documentos para o formato pdf.
A estratégia era evitar que os sistemas de prevenção de roubo de dados do Google ratreassem o furto das informações.
Empresa ofereceu alto cargo na China
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) ainda afirma que o engenheiro foi procurado por uma empresa chinesa de aprendizado de máquina chamada Rongshu, que ofereceu o cargo de diretor de tecnologia.
"Senhor. Ding supostamente planejou desviar tecnologia de IA de ponta do Google enquanto tentava secretamente fazer negócios com concorrentes chineses", disse o procurador-geral assistente, Matthew G. Olsen, da Divisão de Segurança Nacional do Departamento de Justiça.
Após o convite, Ding viajou várias vezes para China. O Google começou a suspeitar de Ding em dezembro de 2023, em 4 de janeiro ele retirou seu notebook e no dia 5 de janeiro ele pediria demissão.
Preso em casa
Ele foi preso na manhã de quarta-feira (6) em sua casa, em Newark, Califórnia. Agora Ding acumula na justiça de São Francisco quatro acusações de roubo de segredos comerciais.
"As acusações de hoje são a mais recente ilustração de até onde as afiliadas de empresas sediadas na República Popular da China estão dispostas a ir para roubar a inovação americana", disse o diretor do FBI, Christopher Wray.
Agora, o engenheiro pode pegar 10 anos de prisão e multa de US$ 250 mil por cada indiciamento criminal.
"O roubo de tecnologia inovadora e segredos comerciais de empresas americanas pode custar empregos e ter consequências económicas e de segurança nacional devastadoras", conclui Wray.