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Tecnologia

Futuro da Mídia: A TV 3.0 nos Estados Unidos e a DTV no Brasil

Madeleine Noland, presidente da ATSC fala com exclusividade ao SBT News sobre as tecnologias de TV digital

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madeleine noland é presidente da ATSC
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O SBT News entrevistou com exclusividade Madeleine Noland, presidente da Advanced Television System Committee (ATSC), comitê formado por 58 indústrias de equipamentos eletroeletrônicos responsável pelo padrão norte-americano de televisão digital.  

Madeleine fala sobre como que a tecnologia de televisão digital brasileira tem muito a ser compartilhada mundo afora e como os outros países podem aprender com o Brasil sobre os avanços e aplicações da DTV.

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SBT News -- Estava fazendo a abertura dizendo que o Brasil tem um tipo de tecnologia exemplo para outros países, até Estados Unidos e outros, quando falamos sobre TV 3.0 e desenvolvimento... Estou certo quando apresento esse tipo de discussão? Qual é a sua opinião? 

Madeleine Noland -- Sim, claro, é uma ótima colaboração, e acho que cada país tem muito a aprender um com o outro.

O que é muito interessante observar é o que é importante no Brasil, em comparação com o que é importante em outros países. Algumas das coisas importantes no Brasil levam a tecnologia a novos limites.

É muito emocionante e muito desafiador, a outra coisa que eu acho emocionante observar é que o Brasil faz da DTV play uma plataforma muito bem desenvolvida.

"Tem muito conteúdo interessante e essa é uma área onde outros países podem aprender com a experiência de DTV play no Brasil".

SBT News -- Na sua visão, quais são os principais demandas ou caraterísticas que fazem as tecnologias brasileiras tão desenvolvidas até agora nessa fase? Qual é o melhor destaque que o Brasil pode mostrar?

Madeleine Noland -- Pessoalmente, olho para a interatividade e essa é uma área nos Estados Unidos que está apenas começando. Mas, aqui no Brasil está muito bem estabelecido.

"As pessoas no Brasil entendem o que é, como usar, o que é divertido, e ainda mais importante, as pessoas que estão criando o conteúdo de TV".

O processo de criação de conteúdo de TV é pensar em DTV play, desde o início... Fazer um programa de televisão e isso é muito importante. 

Isso é algo que eu acho que muitos países podem aprender muito sobre como fazer experiências de usuário de televisão interativa bem-sucedidas. 

De pessoas que gostam, como as pessoas querem usar e o que as pessoas esperam.

Isso é algo que podemos aprender muito.

Madeleine representa um comite formado por mais de 50 empresas de eletroeletrônicos, que ajudam a definir a tecnologia de televisão digital nos Estados Unidos | SBT News

SBT News -- Na minha opinião depende literalmente sobre comportamento das pessoas. Você não acha então as pessoas fazem mudanças quando mudam seu próprio comportamento? 

Madeleine Noland -- Acho que sim, o comportamento vai mudar quando as pessoas virem algo que elas querem. Então, se seu vizinho disser: 'Oh, eu vi isso e foi muito bom e você deveria tentar!'. Então, de repente, você pensa: "Ah, talvez eu vá tentar..."

Acho que é importante ter experiências muito bem-sucedidas. As pessoas contam para os amigos, postam nas redes sociais e elas ficam juntas e deixam todo mundo animado sobre o que é. 

"Então, você pensa nos early adopters, as primeiras pessoas a tentar coisas, a opinião deles é muito importante". 

Porque eles tentaram pela primeira vez e disseram que 'não gostou' e ninguém mais tenta, ou eles tentaram pela primeira vez e dizem que 'é ótimo', agora todo mundo tenta. Essas primeiras impressões, as primeiras pessoas testando coisas, é uma opinião muito importante.  

SBT News -- Estive assistindo seu discurso e você usou uma expressão sobre como a sociedade, as pessoas e mundo têm uma fome de dados e de outras tecnologias... Você poderia falar um pouco mais sobre isso?

Madeleine Noland -- A quantidade de dados que as pessoas estão consumindo está aumentando cada vez mais e está difícil para as redes de dados. A internet, o wi-fi, a rede celular, a transmissão... Todas essas redes de dados têm para acompanhar a demanda, que eles têm para atender à demanda.

Acho que 80 por cento são vídeo. Então, devemos pensar na melhor maneira de levar o vídeo às pessoas, e a radiodifusão é a melhor maneira de levar o vídeo às pessoas, quando todos estão assistindo mesma coisa ao mesmo tempo. 

Ou se estivermos tentando armazenar um monte de dados em muitos lugares ao mesmo tempo, é a maneira mais eficiente de fazer isso. 

Conforme as pessoas ficam cada vez mais famintas por dados, elas querem mais vídeos, elas querem o melhor vídeo... 

"Precisamos ficar cada vez mais espertos sobre como levaremos esses dados para as pessoas, da maneira mais eficiente possível".

A radiodifusão é uma grande parte desse cenário.

Madeleine, da ATSC, observa que Brasil e Estados Unidos têm muito conhecimento para trocar | SBT News

SBT News -- Você diria que mais e mais dados, como você disse, também podem ser mais a identidade da personalidade do consumidor? É uma visão pertinente?

Madeleine Noland -- Sim, certamente um tipo de expressão em inglês 'conteúdo gerado pelo usuário', que são o que as pessoas fazem no YouTube e TikTok... 

Mas, nós pensamos sobre nossas culturas, nosso povo, nossos países e alguns dos programas que todo mundo assiste.

Esse é o tipo de coisa que nos mantém juntos, nos mantêm unidos. Todos assistindo ao jogo de futebol, todos assistindo ao noticiário, todos assistindo a algo local importante para a cidade. 

Temos essas coisas em comum e é importante manter esses interesses em comum, para continuarmos sendo um povo unido e tenhamos uma cultura forte juntos.

SBT News -- Sinto que estamos apenas começando esse processo, você não acha? 

Madeleine Noland -- Acho que sim, a própria tecnologia por trás de tudo isso é emocionante para mim. Porque sou uma pessoa de tecnologia. 

Mas, mais emocionante será o que os jornalistas, contadores de histórias e criadores fizerem com esta nova tecnologia. 
Que tipo de experiência de usuário eles criarão, que você cria, o SBT vai criar e será muito divertido.

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Produção e entrevistas por Cido Coelho e Guto Abranches
Edição de imagens: Cézar Camilo
Edição por Cido Coelho

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