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Tecnologia

Empresas de tecnologia cortam milhares de empregos e reduzem contratações

Incertezas na economia e lucratividade abaixo do previsto estão entre as causas das demissões

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Gigantes de tecnologia, como Google, Microsoft, Apple, Meta e entre outras enfrentam cenário econômico difícil com taxa de juros em alta e inflação | Unsplash
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Desde o fim de outubro e o começo de novembro, o setor de tecnologia dos Estados Unidos, onde estão sediadas a maiores empresas e as mais inovadoras, tem anunciado várias decisões referentes a força de trabalho, principalmente as demissões em massa.

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A justificativa mais comum entre as empresas está a desaceleração na economia e o futuro incerto nos negócios. Além disso, as empresas tem revelado um faturamento mais baixo que o previsto, impactando as receitas das companhias, com isso, adiando investimentos. 

Twitter demite após aquisição de Musk

Na semana passada, o Twitter passou por demissões, após a aquisição da plataforma pelo bilionário Elon Musk. A empresa do pássaro-azul passa por um processo de reestruturação, após Musk considerar que a companhia estaria 'inchada'. 

Dos 7,5 mil funcionários atuais, restariam apenas 2 mil, segundo documentos do Twitter aos quais o The Washington Post teve acesso. 

Mesmo antes da aquisição da rede social pelo dono da montadora de veículos elétricos Tesla e da empresa espacial SpaceX, o Twitter já tinha previsão de corte de empregos. 

Nos planos, a empresa visava diminuir sua folha de pagamento de US$ 1,5 bilhão para US$ 800 milhões.

Plataforma demitiu mais de 3.700 funcionários no começo do mês | Divulgação/Twitter


Amazon congela contratações

A Amazon, que declarou ter 1,6 milhão de empregados, também relatou no fim de outubro deste ano que as contratações de novos funcionários estariam congeladas, devido às incertezas da economia. 

"Prevemos manter essa pausa nos próximos meses e continuaremos monitorando o que estamos vendo na economia e nos negócios para ajustar conforme acharmos que faz sentido", diz a Amazon em comunicado divulgado aos funcionários em seu blog em 2 de novembro

Ainda assim, a Amazon promete realizar investimentos no próximo ano em seus principais produtos.

"Ainda pretendemos contratar um número significativo de pessoas em 2023 e continuamos entusiasmados com nossos investimentos significativos em nossos negócios maiores, bem como com iniciativas mais recentes como Prime Video, Alexa, Grocery, Kuiper, Zoox e Healthcare", diz a nota.


Microsoft teve o crescimento mais lento em cinco anos

Lucro da Microsoft foi abaixo do esperado | Unsplash

A Microsoft anunciou no fim de outubro que as novas contratações seriam 'mínimas'. Isso ocorre porque a empresa fundada por Bill Gates divulgou que teve o crescimento mais lento em cinco anos. 

A companhia faturou US$ 50,1 bilhões, com aumento de 11% da receita, mas com lucro em queda de 14%, chegando a US$ 17,6 bilhões em relação a 2021. 

A última vez que a Microsoft teve um crescimento lento foi em março de 2017. Desta época até este ano, a empresa estava crescendo em média de 12% a 22% por trimestre.

A gigante de tecnologia alega que enfrentou um dólar mais forte e queda na demanda por computadores pessoais. 


Google vai contratar metade do previsto 

A Alphabet, dona do Google e YouTube, declarou também que contrataria menos da metade do número de pessoas que foi contratado no trimestre anterior. 

A big tech revelou que os seus lucros estão abaixo das expectativas dos analistas, gerando US$ 13,9 bilhões em lucro líquido, sobre US$ 69,1 bilhões em vendas -- 6% no aumento da receita total.  

As vendas de anúncios no YouTube caíram 1,9%, chegando a US$ 7 bilhões, abaixo das previsões de US$ 7,4 bilhões. 

Em setembro, a Google encerrou o ambicioso serviço de videogames online, Stadia e cortou financiamento e empregos da sua incubadora de tecnologia interna, Área 120.

Google não fez anúncio de demissões de massa, porém Alphabet segue contratando para funções críticas | Pixabay

A Alphabet declarou em julho ter mais de 186 mil funcionários e até o momento não fez anúncio de demissões em massa e ainda reforça que o grupo continuaria contratando força de trabalho para funções críticas na parte técnica e engenharia.


Apple desacelera contratações por causa da inflação

A gigante Apple já vem fazendo movimento de cortes. Porém, ela fez isso em agosto, quando demitiu cerca de 100 funcionários da área de recrutamento de pessoas, visando cortar gastos em meio à crise econômica que impacta o mundo.

Em julho, o principal executivo da empresa, Tim Cook disse ao canal de notícias norte-americano CNBC que vai seguir contratando novos funcionários, mas com mais calma e atenção, devido ao cenário econômico mundial.

"Nós vemos inflação em nossa estrutura de custos", disse Cook em entrevista.

"Vemos isso em coisas como logística, salários e certos componentes de silício. E ainda estamos contratando, mas estamos fazendo isso deliberadamente", completou.


Oracle muda o foco de negócios

Também em agosto, a gigante de TI Oracle, que tem cerca de 143 mil empregados, também cortou centenas de vagas de trabalho para focar em serviços de saúde e negócios na nuvem. Em dezembro de 2021, a gigante fez a aquisição da empresa de registros médicos eletrônicos Cerner, por US$ 28,3 bilhões, para reforçar sua presença no setor de saúde. É considerado o maior negócio da companhia desde a aquisição da empresa PeopleSoft, em 2004.

Os cortes atingiram principalmente as áreas de publicidade e experiência do consumidor. 

Segundo a publicação especializada The Information, a Oracle pretende demitir milhares de pessoas dos seus quadros. 


Lyft corta 13% da sua força de trabalho

Legenda aqui | Pexels

Já a empresa de aplicativo de carona Lyft também anunciou cortes de 13% da sua força de trabalho -- 683 pessoas.

"Não estamos imunes às realidades da inflação e de uma economia em desaceleração", disseram os cofundadores John Zimmer e Logan Green em um memorando interno, publicado pela Fortune.


Intel reduz horas de trabalho e corta empregos

Em declaração feita no final de outubro, a Intel também declarou que está cortando empregos e reduzindo gastos em novas fábricas para economizar US$ 3 bilhões em 2023. 

Segundo a agência de notícias Bloomberg, a Intel deve fazer um corte significativo em seu quadro de empregados em 2023. O principal executivo, Pat Gelsinger, disse que a empresa estava reduzindo horas de trabalho na fábrica em uma parte do quadro de funcionários. 

A alegação é que a empresa enfrenta o cenário de queda no mercado de PCs, bem como, a queda de 22% na receita total, que foi de US$ 15,3 bilhões. A Intel espera economizar entre US$ 8 a US$ 10 bilhões por ano até 2025.
 

Intel planeja economizar por meio de corte de empregos | Divulgação/Intel


Seagate corta mais de 3 mil vagas de trabalho

A maior fabricante de discos rígidos para computadores, a Seagate, também anunciou o corte de 3 mil vagas de trabalho. E a justificativa segue a mesma linha da Intel, que seria a redução de gastos com hardware.


Stripe demite mil e alega aumento de custos

Stripe cortou mil vagas de trabalho | Reprodução/Stripe

Uma das startups de pagamento mais valiosas do mercado, Stripe, avaliada em julho por US$ 74 bilhões, fez o corte de mil vagas de trabalho, ou seja, 14% das 7 mil vagas declaradas em fevereiro deste ano. 

A justificativa está nos desafios deste ano, como o aumento da inflação, taxas de juros e custos de energia.


 

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